Em seu filme de estréia, Peter Bogdanovich narra com maestria duas histórias paralelas: a de Byron Orlok (Boris Karloff), veterano ator de filmes de terror que pretende abandonar a carreira, e a de Bobby Thompson (Tim O'Kelly), um típico rapaz americano de classe média que, sem qualquer motivo aparente, começa a reunir um imenso arsenal de armas de fogo. As duas histórias, a princípio desconexas, encaminham-se para um encontro final. Bogdanovich filma as duas histórias de maneira deliberadamente contrastante: na primeira, de Orlok, Bogdanovich coloca-nos dentro da ação através do uso da câmera subjetiva, instaurando um ambiente humano e afetivo; na segunda, de Thompson, a câmera objetiva estuda seus personagens com um olhar frio e quase documental - a câmera objetiva só dá lugar à subjetiva quando Thompson mira seus alvos, à distância, preservando a frieza de sua história. Um metafilme do talentoso Bogdanovich, que discute o cinema e a impossibilidade do terror no cinema frente a uma realidade muito mais aterrorizante.
Crítica
por Daniel Dalpizzolo no Cineplayers
Curiosidade
• Último filme de Boris Karloff.
• Primeiro filme de Peter Bogdanovich.
• O filme foi realizado a convite de Roger Corman, que disse a Bogdanovich que ele poderia fazer o filme que quisesse, desde que atendesse as seguintes condições: incluir 20 minutos de sequências de "The Terror" (1963), filme de Corman estrelado por Boris Karloff; incluir sequências filmadas com Boris Karloff durante dois dias, totalizando uma participação de 20 minutos (Karloff devia esse período de filmagem a Corman); realizar 40 minutos extras do filme com o restante do elenco, ao longo de 2 semanas. Karloff ficou tão impressionado com o roteiro que acabou ampliando sua participação de 20 para 30 minutos e recusou qualquer pagamento extra pelo tempo adicional.
• O roteiro teve a inestimável colaboração de Samuel Fuller, amigo de Bogdanovich, que recusou terminantemente qualquer cachê ou créditos.
• Peter Bogdanovich deu a seu personagem o nome de "Sammy Michaels" em homenagem a Samuel Fuller (cujo nome completo era Samuel Michael Fuller).
• No momento em que o personagem de Bogdanovich, Sammy Michaels, assiste na TV ao filme "The Criminal Code", de Howard Hanks, ele repete a famosa frase do próprio Bogdanovich, "todos os bons filmes já foram feitos".
• O filme não obteve sucesso de público, mas seu reconhecimento junto à crítica abriu as portas para que Bogdanovich pudesse realizar sua obra-prima, "A última sessão de cinema".
(Inf. obtidas no post do Vicente Ribeiro do MKO)
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