Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.
Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.
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NOSSOS DIRETORES
sábado, 19 de fevereiro de 2011
500. SEM DESTINO (1969)
Dennis Hopper escreveu, dirigiu e atuou neste filme que marcou uma geração inteira. Ele é Billy, um motoqueiro que viaja pelas estradas dos Estados Unidos junto de Wyatt (Peter Fonda). Símbolo da contracultura e da liberdade que incomodou a muitos, tudo vai no embalo do mais puro sexo, drogas e rock 'n' roll, com alguns clássicos do gênero.
Premiações
*Oscar 1970 (EUA)
-Indicado nas categorias de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson) e melhor roteiro original.
*BAFTA 1970 (Reino Unido)
-Indicado na categoria de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson).
*Festival de Cinema de Cannes 1969 (França)
-Ganhou o prêmio de melhor filme de diretor estreante (Dennis Hopper).
-Indicado à Palma de Ouro.
*Globo de Ouro 1970 (EUA)
-Indicado na categoria de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson).
*AFI's 100 Years
-O filme ocupa o 88º lugar dentre os melhores filmes norte-americanos das últimas décadas, e o 29º dentre as melhores trilhas-sonoras de filmes.
Curiosidades
-Sem Destino foi lançado nos Estados Unidos da América em setembro de 1969 e retornou 17 milhões de dólares do investimento de 400 mil.
-Durante as filmagens, os atores realmente fumaram maconha. Nicholson contou que na "cena do mato" ele fumou cerca de cem baseados.
-Easy Rider foi ovacionado em Cannes, em 13 de maio de 1969. Não ganhou a Palma de Ouro, mas Hopper foi considerado o melhor diretor estreante.
-Cenas do filme foram transmitidas num tributo da banda Gorillaz à Dennis Hopper em abril de 2010, no Festival de Glastonbury na música "Fire Coming Out Of The Monkey's Head", na qual Hopper participou.
Crítica
Sem Destino (Easy Rider, 1969) surgiu de uma idéia de Peter Fonda. O ator, filho do lendário Henry Fonda, estava no Canadá divulgando seu novo trabalho, quando, em meio a algumas doses de alucinógenos, concebeu o argumento do filme aqui tratado: Dois caras atravessando o país de moto, depois de fazer uma grande transação de drogas, e que, ao fim do filme, seriam mortos por dois caçadores de patos, que não gostavam dos seus cabelos grandes. Fonda ligou para o seu amigo Dennis Hopper, que não acreditou quando aquele disse que o deixaria dirigir tal filme.
Naquela época, Hollywood passava por um momento difícil (e histórico). Os grandes estúdios estavam perdendo as forças e a velha guarda do cinema norte-americano começava a dar espaço à juventude que chegava. Era o nascimento da chamada Nova Hollywood, para alguns o momento mais produtivo (e destrutivo) da história do cinema. Nela, os jovens da época tomavam a frente na produção cinematográfica norte-americana, apresentando filmes com grande influência européia e que iam de encontro com todos os valores pregados pelos filmes até então produzidos e regulados pelo Código Hays – “normas que determinavam o que era moralmente aceitável para os filmes da época”.
Ao lado de Bonnie & Clyde - Uma Rajada de Balas, Sem Destino é um dos marcos iniciais desse período. Na história, acompanhamos dois motoqueiros, Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper), que, após realizarem uma grande transação de drogas (cocaína, ainda desconhecida para muitos), atravessam os Estados Unidos, até chegarem em New Orleans – onde pretendem aproveitar o carnaval local.
Com dois malucos por trás de tudo, é fácil entender que o processo de produção de Sem Destino foi deveras conturbado. Principalmente por Hopper, um maníaco psicótico, que estava no auge dos seus excessos - ele costumava filmar com duas armas de fogo carregadas em cima da mesa. Ele e Fonda brigavam constantemente, chegando ao ponto de, como contam, Fonda contratar um segurança para acompanhá-lo durante as filmagens.
Um dos grandes problemas (ao lado das crises psicóticas de Hopper e a constante mudança na equipe de filmagem) foi a concepção do roteiro. Fonda e Hopper não eram roteiristas e contrataram Terry Souththern, de Dr. Fantástico, para transformar tudo o que eles já haviam planejado em um roteiro de fato. Mas segundo os dois, Souththern só contribuiu mesmo com o título do filme (que inicialmente se chamaria The Loners). Terry Souththern, por sua vez, dizia que todo o roteiro fora escrito por ele e que Fonda e Hopper “não sabiam escrever nem a porra de uma carta.”. Hopper ainda chegou a, pouco tempo antes do lançamento, exigir que apenas o seu nome fosse colocado nos créditos, o que, é claro, deixou Fonda extremamente irritado. No fim das contas, foi o nome dos três para os créditos do roteiro, que chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
No elenco estava presente Jack Nicholson, como o advogado George Hanson, que conhece os dois protagonistas na prisão e segue viagem com eles. Inicialmente, o papel seria de Rip Torn (Boneca de Carne, Doce Pássaro da Juventude), mas, após Hopper o ameaçar com uma faca de churrasco, ele abandonou a produção, fazendo com que Nicholson (um ator de pouco prestígio na época) fosse chamado para o papel.
Uma das cenas mais conhecidas do filme – aquela na qual o personagem de Nicholson divaga sobre uma invasão de venusianos – foi filmada a base de muitos baseados, principalmente por parte de Nicholson, que, naquela época, garantia que “havia queimado fumo todo dia durante quinze anos de sua vida”. Nicholson foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por esse papel.
Outra famosa cena é a da viagem do ácido. Tal cena gerou mais uma das grandes brigas do set de filmagens. Hopper pediu para que Fonda fizesse sentir a carga emocional da morte da sua mãe – que havia se suicidado – para uma cena em que ele faz inúmeras reclamações para uma estátua de Nossa Senhora. A cena é belíssima, apesar de cruel com Fonda.
A trilha sonora do filme é memorável, e transformou Born To Be Wild, do Steppenwolf, no hino dos motoqueiros. Era um dos primeiros filmes a usar o rock’n roll dos anos 60 como trilha sonora.
Sem Destino não é só um filme feito por malucos viciados em ácido. Ele é o retrato de uma geração que ainda não tinha ganhado forma no cinema. Imortalizou Dennis Hopper como ícone da contracultura e apresentou a essência daquilo que viria a ser a Nova Hollywood.
por Mateus Souza em Cineplayers
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