Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

domingo, 29 de agosto de 2010

423. O DESERTO VERMELHO (1964)

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Chuva, neblina, frio e poluição assolam a cidade industrial de Ravenna, na Itália. Ugo, o gerente de uma usina local, é casado com Giuliana, uma dona de casa que sofre de problemas psicológicos. Numa viagem à Patagônia, ela conhece o engenheiro Zeller, o que pode mudar sua vida. Em O Deserto Vermelho, Antonioni, no auge de sua forma, aborda os temas centrais de sua filmografia: a incomunicabilidade e a solidão do homem contemporâneo.

Prêmios
Vencedor do Leão de Ouro e do Premio FIPRESCI em Veneza no ano de 1964

Crítica
Em meio a fábricas, fumaça, cinzas, Antonioni começa o que viria a ser a sua mais nova antologia poética; Aqui, a cinebiografia do mestre italiano fica novamente retratada. O cineasta que melhor sabe exprimir o poder e o valor dos sentimentos humanos através da película [e aqui, da ausência de trilha sonora] abusa de um ritmo lento, quase parando. Exatemente como o coração de sua protagonista Giulianna, interpretada brilhantemente por uma Monica Vitti confusa, tensa, volúvel e inquieta. A musa do diretor novamente volta a cena, mantendo certos trejeiros soturnos e misteriosos do que já foi explorado na chamada Trilogia da Vida, com A Noite, O Eclipse e A Aventura, mas em O Deserto Vermelho, a tristeza da personagem é algo tão forte quanto eclíptico. Justamente. Na fita, a protagonista sente uma dor incomensurável em não ser compreendida e em permanecer em total realidade a parte da dos outros destacados.

O Deserto Vermelho mostra um verdadeiro balé silencioso, onde os sentimentos nunca são extravasados, a essência que remete a personalidade da atriz-mestre não ultrapassa uma faceta comedida e assustada. Como em Persona, do mestre sueco Bergman, Monica Vitti se torna uma Anika Ekberg, presa às suas próprias frustrações, sintetizadas em forma de incompreensão e abstração. Esse caldo é fixo a uma realidade transitória como os barcos que marcam o filme, aqueles mesmo que vêm cercados de névoa e marcam a chegada da 'pólio' e do medo. Os sentimentos de Giuliana são cíclicos, até porque tudo vai. E não volta. Se volta, acontece de forma diferente, brutalmente marcado por rancores e incongruências. É assim que ela encara as voltas que dá a realidade cada vez que desperta de suas crises de pânico e pavor. De solidão e escuro. Cada vez que volta, retorna novamente, mas cada vez mais e mais fragmentada. Até o insuportável. Não vejo o final do filme como uma leitura redentora de Michelangelo, mas como a única saída esperada por ela: fechar-se em si mesma e fugir. Como uma eterna fuga. Em o Deserto Vermelho, os sentimentos são ainda mais rarefeitos que o fog que se dissipa no céu ou que às águas turvas de um porto poluído e sujo.

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