Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

292. A PALAVRA (1955)

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Uma família de fazendeiros, unida por fortes laços emocionais, passa por momentos de tensões provocados por pequenas desavenças. Sua rotina, após retorno de um dos filhos do patriarca, é modificada pela sua aparente loucura, que tudo indica, deriva de um estudo radical teosófico, que o fez acreditar ser Jesus Cristo. Nem todos aceitam que Johannes Borgen seja demente e fanático. E essa situação estará à prova, depois que um ente querido fica doente. Adaptação da peça teatral de Kaj Munk, pastor e dramaturgo, muito conhecido nos países escandinavos, que foi assassinado pelos nazistas. A Palavra é considerado uma obra-prima dentre os filmes que exploram o poder da fé, do amor e do sobrenatural. Isso se deve a maneira "realista" e "naturalista" que enfoca o tema. Ovacionado no Festival de Veneza, com o Leão de Ouro em 1955, é considerado um dos mais belos filmes em preto-e-branco já produzidos. É possível que este filme não influencie a nossa crença religiosa, mas, por meio dele, presenciemos um dos momentos mais marcantes da história da sétima arte.

Premiações
Leão de Ouro em Veneza - 1955
Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro - 1955

Curiosidades
Obra-prima falada do genial Carl Theodor Dreyer. Um dos raros diretores da história da sétima arte que conseguiram fazer obras primas tanto no cinema mudo como no cinema falado. Fundamental diretor da primeira fase do cinema.

Crítica
Há toda uma mítica em torno do cineasta dinamarquês Carl Theodor Dreyer. Muitos consideram seu cinema, de longos e lentos planos-seqüência, insuportável, difícil a beira do irracional, acusando-o por seu rigor excessivo e perfeccionismo. Já uma grande leva de críticos endeusam o diretor a ponto de compará-lo aos grandes mestres do cinema da primeira fase, aqueles que passaram do mudo para o falado, como David W. Griffith e Sergei Eisenstein. Contribui para a aura o fato de sua carreira ter sido um fiasco e de uma de suas atrizes, Maria Falconetti, ter ficado louca depois de ter filmado sua obra mais conhecida, O Martírio de Joana D’Arc (para conseguir o olhar desesperado da personagem, o diretor a trancafiou numa cela por uma semana).

Praticamente desconhecido no Brasil, Carl Dreyer teve seis de seus 14 longa-metragens lançados recentemente pelo selo Magnus Opus. Traz três de seus filmes mudos (A Quarta Aliança da Sra. Margarida, O Martírio de Joana d'Arc e Mikael), os maiores fracassos (O Vampiro e Dias de Ira), além de obras-referência para outros grandes cineastas: A Palavra e Gertrud.

Os elogios, quando existem, são extremos. André Bazin, diretor da Cahiers du Cinéma, disse que, depois de A Palavra, o cinema poderia se render a cor, pois o que era para ser feito em preto-e-branco Dreyer o fez nesse filme. Idem para François Truffaut, ainda crítico na mesma revista, antes de ser tornar cineasta, que tentou entender como o diretor conseguiu o tom leitoso de branco em A Palavra e sua beleza fantasmagórica, que casava com perfeição com a história do filme, praticamente um ensaio metafísico sobre religião, crença, estar no mundo e aceitação da natureza humana.

A história é simples. Um fazendeiro viúvo, ferrenhamente religioso, tem três filhos. O mais velho é ateu. O mais novo quer se casar com a filha do alfaiate, mas ela é de outra religião e o pai não permite. O do meio, para não fugir da sina de rebelde, foi estudar para ser padre, mas, remoído de dúvidas, é acometido de um transe teosófico e pensa que é Jesus Cristo. A aparente loucura do filho é motivo de incômodo para toda a família, que se desmorona quando a mulher do filho mais velho, Ingrid, morre ao tentar dar a luz ao filho. É quando o louco, pensando ter os poderes de Cristo, tenta ressuscitá-la.

Dreyer era religioso fervoroso e adaptou uma peça do padre Kaj Munk, assassinado pelos nazistas - a crítica mais conservadora impôs a Dreyer o estigma de cineasta a serviço do protestantismo. Obcecado com detalhes, foi à loja de roupas com a atriz Birgitte Federspiel para comprar as meias que ela usaria em cena. Não permitia que seus atores se movimentassem em cena nunca mais do essencialmente necessário – e isso poderia significar apenas uma leve inclinação na cabeça durante vários minutos. Esse zelo irascível é considerado o maior responsável por seu fracasso no cinema (vivia das rendas de um teatro público que dirigia) e, claro, sua marca indelével como diretor.

A Palavra é uma epifania e, para quem conseguir entrar no ritmo do cineasta, um dos grandes filmes do cinema. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1955, foi considerado, à época, ultrapassado, pois segundo os jornalistas que cobriram o evento ele tinha uma estética que remetia ao cinema mudo. Sem dúvida, Dreyer com seus planos miraculosos, lembra os quadros maneiristas e o jogo de sombra e luz de Rembrandt e Velásquez em sua composição, de perfeição formal fora do comum, dos melhores diretores da fase áurea da década de 20, como Murnau e Fritz Lang. Portanto, é melhor entender a crítica aqui como um elogio, não o apontamento de um defeito.

Não há motivo para se ter medo de Carl Dreyer. Seu cinema não é tão terrível assim. Apesar de lento, tem senso agudo de narrativa (mas o diretor jamais cedeu a nenhum apelo dramático e nunca acelera a trama, nem nos momentos mais angustiantes). Os diálogos, tensos e densos, são bonitos e sensíveis. Seus atores declamam o texto impassíveis, o que causa distanciamento com o público, é verdade, mas também permite uma profunda identificação com os temas propostos sem tomar para si nenhum ponto de vista.

De qualquer forma, ver A Palavra tem pelo menos um grande motivo: tem uma das mais belas fotografias da história do cinema, quiçá a mais bela de todas. Há também a cena do pai procurando o filho louco pelas belas planícies dinamarquesas. Ou a cena do alfaiate chegando com a filha ao funeral. Todas de uma beleza, não só plástica, mas também sensorial, que faz de A Palavra um momento único e inesquecível.

Por Demetrius Caesar
13/09/2006

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