Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

domingo, 29 de agosto de 2010

426. ANTES DA REVOLUÇÃO (1964)

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Parma, 1964. Fabrizio, um jovem de 22 anos, passa por uma fase de indecisão política e afetiva. Apesar de renegar a burguesia, não se sente à vontade no movimento revolucionário, pois se considera à frente das ideologias da esquerda. Ao mesmo tempo, vive um amor conturbado com sua tia.

Critica
Antes da Revolução, filme de Bernardo Bertolucci, é inspirado nas personagens do excepcional livro A Cartuxa de Parma, do escritor francês Sthendal. Bertolucci nasceu em Parma. Na sua transposição para o cinema do clássico, fez as duas coisas que não acontecem na trama original: a consumação por meio do sexo do amor platônico que a tia marquesa de Sanseverina sentia pelo sobrinho Fabrizio del Dongo (e era correspondida, em termos) e o casamento de Fabrizio com Clelia Conti, seu grande amor.

O clima é de maio de 1964. Politizado, Fabrizio, que no original sai do castelo dos pais para se juntar às tropas de Napoleão, agora é um comunista, mas não crê na “revolução de um dia”. Gina, a tia, depois de um casamento fracassado, casa-se por dinheiro e muda-se para a sofisticada Milão. Nos feriados, volta para a casa da irmã e passa as noites no leito com o sobrinho e os dias passeando por Parma, fazendo compras e procurando ao máximo não se envolver com política.

Nas melhores cenas os dois incestuosos passeiam por Parma, cidade que começava a despontar como uma das catedrais da moda e do design mundiais, e onde a tia compra inúmeros óculos, capas de gabardine (para ele) e sapatos ingleses (“mesmo durante a guerra não faltaram sapatos ingleses em Parma”, disse um dos personagens). Lá, ela se entedia com o excesso de Verdi (“Prefiro Mozart, Verdi demais enjoa”).

As discussões variavam desde política engajada até a Nouvelle Vague francesa (“Anna Karina será o que é Louise Brooks hoje, a marca de uma geração”), a Hollywood clássica (“Cinema é Humphrey Bogart e Lauren Bacall num filme de Howard Hawks”, citando Godard) e o poeta italiano Cesare Pavese, que tem um de seus mais belos poemas declamados às margens do Rio Pó.

Bertolucci faria melhor a mistura de política e sexo, amor e sedução nos filmes seguintes, como O Último Tango em Paris, Os Sonhadores, 1900, La Luna, O Conformista etc. São os grandes temas do seu melhor cinema. Mas o germe da criação está nesse que é seu segundo filme: nos letreiros, uma citação diz que quem não conheceu o clima antes da revolução não sabe o que é viver.

Fonte - Demetrius Caesar - Cineplayers

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425. A MÁSCARA MORTAL (1964)

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Um príncipe europeu aterroriza a comunidade de uma pequena vila, promovendo o medo e o caos entre os habitantes. Após a Morte rogar sua praga pela região, o príncipe refugia-se em seu castelo levando consigo alguns prisioneiros, que nem imaginam encontrar-se ali um terrível segredo.

Crítica
Já falei algumas vezes de como, nesses mais de 100 anos da sétima arte, muitos profissionais não recebem o merecido destaque, sendo renegados a vagas e pontuais lembranças. Isso ocorre principalmente dentre aqueles que abraçaram o terror como “gênero”. Só para constar: quantos filmes do gênero ganharam o Oscar? Alguém sabe qual foi o último a ganhar essa honraria? Pois é… Talvez o mais injustiçado (ou pelo menos um dos mais) seja Roger Corman.

Se William Castle foi um legítimo showman, um legítimo performer que não poupava esforços em permitir uma interação filme/espectador, mesmo se utilizando de efeitos baratos (mas que funcionavam) e propraganda extremamente agressiva, Roger Corman, além de ter apradinhado profissionais do calibre de Coppola, James Cameron, Nicholas Roeg (foi o seu diretor de fotografia em vários filmes), Jack Nicholson, Monte Hellman, etc., foi um dos maiores diretores do seu tempo, dono de uma estética impecável, de um domínio da atmosfera de terror que nenhum outro jamais sonhou em ter, mesmo com orçamentos apertadíssimos.

Uma prova irrefutável do seu talento é “The Masque of Red Death”. Parte da série de nove filmes em que ele, junto com o grande Vincent Price, fizeram a partir de contos de Edgar Allan Poe, o filme é um dos usos mais fodas de direção de arte que já vi aliada ao uso fotografia soturna de Nicholas Roeg, como pode ser comprovado nas longas passagens pelas salas, onde cada uma está pintada de uma cor; ou ainda quando a ameaça escarlate aparece nas cenas. E Corman rege tudo isso com um controle de cena inspiradíssimo, tendo o seu auge nos 15 minutos finais, onde a Morte convida os presentes para uma dança final, resultando numa cena que Bergman aplaudiria de pé.

Claro que tudo isso não adiantaria se o maior astro não desse uma atuação à altura. Mas isso não é um problema quando se tem a lenda, Vincent Price, em ação. Poucas vezes o seu ar aristocrático, seu cinismo elegante, seu charme maquiavélico, capaz de, ao mesmo tempo, assustar e encantar, esteve tão presente e atuante como nesse filme.

Com tudo isso, temos um filme a altura dos contos de Edgar Allan Poe. Mas do que isso, temos mais uma prova de que efeitos especiais, sangue e vísceras aos borbotões nunca superarão uma ambientação perfeita, uma direção de arte e fotografia soturna, um monstro da atuação e um gênio do seu ofício coordenando tudo isso. E isso, meu caro, definitivamente, não é para qualquer um.

Fonte Adney Silva - Multiplot!

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423. O DESERTO VERMELHO (1964)

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Chuva, neblina, frio e poluição assolam a cidade industrial de Ravenna, na Itália. Ugo, o gerente de uma usina local, é casado com Giuliana, uma dona de casa que sofre de problemas psicológicos. Numa viagem à Patagônia, ela conhece o engenheiro Zeller, o que pode mudar sua vida. Em O Deserto Vermelho, Antonioni, no auge de sua forma, aborda os temas centrais de sua filmografia: a incomunicabilidade e a solidão do homem contemporâneo.

Prêmios
Vencedor do Leão de Ouro e do Premio FIPRESCI em Veneza no ano de 1964

Crítica
Em meio a fábricas, fumaça, cinzas, Antonioni começa o que viria a ser a sua mais nova antologia poética; Aqui, a cinebiografia do mestre italiano fica novamente retratada. O cineasta que melhor sabe exprimir o poder e o valor dos sentimentos humanos através da película [e aqui, da ausência de trilha sonora] abusa de um ritmo lento, quase parando. Exatemente como o coração de sua protagonista Giulianna, interpretada brilhantemente por uma Monica Vitti confusa, tensa, volúvel e inquieta. A musa do diretor novamente volta a cena, mantendo certos trejeiros soturnos e misteriosos do que já foi explorado na chamada Trilogia da Vida, com A Noite, O Eclipse e A Aventura, mas em O Deserto Vermelho, a tristeza da personagem é algo tão forte quanto eclíptico. Justamente. Na fita, a protagonista sente uma dor incomensurável em não ser compreendida e em permanecer em total realidade a parte da dos outros destacados.

O Deserto Vermelho mostra um verdadeiro balé silencioso, onde os sentimentos nunca são extravasados, a essência que remete a personalidade da atriz-mestre não ultrapassa uma faceta comedida e assustada. Como em Persona, do mestre sueco Bergman, Monica Vitti se torna uma Anika Ekberg, presa às suas próprias frustrações, sintetizadas em forma de incompreensão e abstração. Esse caldo é fixo a uma realidade transitória como os barcos que marcam o filme, aqueles mesmo que vêm cercados de névoa e marcam a chegada da 'pólio' e do medo. Os sentimentos de Giuliana são cíclicos, até porque tudo vai. E não volta. Se volta, acontece de forma diferente, brutalmente marcado por rancores e incongruências. É assim que ela encara as voltas que dá a realidade cada vez que desperta de suas crises de pânico e pavor. De solidão e escuro. Cada vez que volta, retorna novamente, mas cada vez mais e mais fragmentada. Até o insuportável. Não vejo o final do filme como uma leitura redentora de Michelangelo, mas como a única saída esperada por ela: fechar-se em si mesma e fugir. Como uma eterna fuga. Em o Deserto Vermelho, os sentimentos são ainda mais rarefeitos que o fog que se dissipa no céu ou que às águas turvas de um porto poluído e sujo.

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422. OS REIS DO IÊ IÊ IÊ (1964)

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O ano é 1964 e a Beatlemania está no seu auge. Os quatro rapazes de Liverpool estão a ponto de mudar o mundo da música - se conseguirem deixar o quarto do hotel onde estão hospedados. Enfrentando produtores nervosos, fãs histéricos e parentes problemáticos, Paul, John, George e Ringo buscam de todas as maneiras se divertir e ao mesmo tempo cumprir seus compromissos firmados.

O cinema na época era grande divulgador de estrelas do rock. Inspirados em Elvis Presley, os Beatles viram no cinema mais uma maneira de promover sua música.

O filme foi lançado em 6 de julho de 1964 e foi indicado a dois prêmios da academia de cinema, o Oscar (Melhor Canção e Melhor Roteira), foi também indicado ao BAFTA e ao Grammy. No Brasil, o filme foi chamado de Os Reis do Iê Iê Iê, e em Portugal recebeu o título de Os Quatro Cabeleiras do Após-Calypso. Foi rodado em preto e branco. A United Artists escolheu o produtor Walter Shenson para o filme. Ele recomendou o diretor Richard Lester e os Beatles indicaram o nome de Alun Owen como roteirista. Owen era de Liverpool, assim como os Beatles, e já tinha realizado alguns roteiros para a televisão.

Participaram do filme além dos Beatles alguns atores, entre eles: Wilfrid Brambell (que fez o papel de avô de Paul McCartney), Norman Rossington, John Junkin, Lionel Blair, Victor Spinetti, John Bluthal e Derek Nimmo. Pattie Boyd, modelo e atriz, fez uma pequena participação. Foi durante as filmagens que George Harrison a conheceu. Eles acabaram se casando em 1966.

O filme tenta capturar o espírito alegre e a histeria causada pela Beatlemania. Owen teve a idéia de mostrar os Beatles como prisioneiros do seu sucesso, tendo que se esconder sempre de histéricos fãs. O filme começa em uma viagem de trem e termina em um show especialmente feito para a televisão. Os Beatles tocam algumas de suas canções durante o filme que foram lançadas em um álbum com mesmo nome. O filme é considerado uma espécie de semi-documentário sobre o auge da beatlemania.

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sábado, 28 de agosto de 2010

421. DR FANTÁSTICO OU COMO APRENDI A PARAR DE ME PREOCUPAR E AMAR A BOMBA (1964)

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Um general completamente insano, Jack Ripper, ameaça, durante uma reunião entre nações, neutralizar a U.R.S.S. com bombas nucleares, o que poderia gerar um Holocausto fulminante na Terra. Todos os outros membros fazem de tudo para evitar. Entre eles está o ator Peter Sellers, que retrata três das pessoas que podem impedir a tragédia: o Capitão britânico Mandrake, o presidente norte-americano Merkin Muffley e o alemão bêbado Dr. Fantástico.

Premiações
* Recebeu quatro indicações ao Oscar, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Peter Sellers) e Melhor Roteiro Adaptado.
* Ganhou três prêmios no BAFTA, nas seguintes categorias: Melhor Filme Britânico, Melhor Filme e Melhor Direção de Arte em um Filme Britânico. Recebeu ainda outras 3 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Ator Britânico (Peter Sellers), Melhor Ator Estrangeiro (Sterling Hayden) e Melhor Roteiro de um Filme Britânico.
* Ganhou o Prêmio Bodil de Melhor Filme Americano.

Curiosidades
* O título que Dr. Strangelove recebeu em Portugal é nada mais do que a simples tradução do título original do filme: Dr. Estranhoamor. Já o subtítulo pelo qual foi lançado no Brasil "Ou Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba", com o tempo foi abreviado apenas para Dr. Fantástico.
* Dr. Fantástico é baseado no livro "Alerta Vermelho", escrito pelo ex-tenente da Força Aérea Britânica Peter George, que lançou o livro sob o pseudônimo de Peter Bryant em 1958. Porém, Kubrick só conheceu o livro em 1961 em uma visita ao Instituto de Estudos Estratégicos de Londres, quando comprou os direitos para sua adaptação para o cinema.
* No livro de Peter George o qual Dr. Fantástico foi baseado as duas bombas H eram chamadas de "Hi There!" e "Lolita". Por coincidência, o diretor Stanley Kubrick havia dirigido justamente Lolita dois anos antes de rodar Dr. Fantástico.
* Dr. Fantástico foi filmado nos estúdios Shepperton, em Londres, especificamente para acomodar Peter Sellers, que precisava estar na Inglaterra para dar andamento ao seu processo de divórcio.
* Como já mencionado, o ator Peter Sellers inicialmente faria não três mas quatro personagens em Dr. Fantástico. Havia a versão de que ele não interpretara também o personagem Major T.J. "King" Kong devido ao grande esforço físico que o papel lhe exigia e pelo fato de Sellers ter quebrado o tornozelo após terminar a filmagem dos outros três papéis.
* O ator George C. Scott declarou certa vez que a performance sua em um filme que mais lhe agradou foi justamente a que teve em Dr. Fantástico.
* Ao longo do filme há várias referências de que os acontecimentos do filme ocorrem em 1963. Na verdade Dr. Fantástico seria lançado nos cinemas americanos em dezembro deste ano, mas sua estréia terminou sendo adiada para o ano seguinte devido à proximidade com o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, que ocorreu em 22 de novembro de 1963.
* Dr. Fantástico é a estréia nos cinemas do ator James Earl Jones.
* O filme foi escolhido para ser preservado pelo Registro Nacional de Filmes (National Film Registry) dos Estados Unidos. Em 2000, os leitores da revista Total Film votaram-no como a 24ª maior comédia de todos os tempos. É um dos poucos filmes a terem recebido a classificação de 100% "Fresh" no site Rotten Tomatoes, e é considerado o 15º melhor filme de todos os tempos pelo site TopTenReviews Movies. Obteve a sexta posição na tabela de melhores de todos os tempos da seção de vídeo/DVD do site Metacritic, com uma média de 96,e atualmente ocupa a 30ª posição na lista de maiores filmes de todos os tempos do Internet Movie Database. O crítico de cinema americano Roger Ebert colocou Dr. Strangelove em sua lista de Grandes Filmes, afirmando que ele é "possivelmente a melhor sátira política do século". Também obteve o quinto lugar na lista das melhores direções do cinema feito pelo Instituto de Cinema do Reino Unido (British Film Institute), sendo a única comédia entre os dez primeiros.

Crítica
Baseado no livro "Alerta Vermelho", escrito pelo ex-tenente da Força Aérea Britânica, Peter George, o filme "Dr. Fantástico" dirigido por Stanley Kubrick (que também dirigiu "2001: Uma Odisséia no Espaço", "Lolita" e "Laranja Mecânica") é uma das mais famosas e cultuadas comédias de humor negro já produzidas.

Para escrever uma crítica à altura deste clássico não basta apenas falar das atuações, da trilha sonora ou do roteiro. É necessário dissecar o filme em todos os aspectos. Para os mais atentos, tudo no filme tem um duplo sentido e os menores detalhes (aqueles que passam desapercebidos) se bem observados lhe darão outra visão da história.

A começar pela atuação do primoroso Peter Sellers (considerado um dos melhores comediantes do cinema, que estrelou também “A Pantera Cor de Rosa”), em Dr. Fantástico representa três personagens, dando um tom único ao filme. Sellers interpreta o inglês Capitão Mandrake, da RAF (Royal Air Force); o presidente dos Estados Unidos, Mr. Muffley e finalmente o Dr. Fantástico, um ex-cientista nazista que com o fim do III Reich se torna o conselheiro do presidente americano (sim, o roteiro é recheado dessas ironias).

Sellers é tão genial em suas atuações que quase não percebemos que esses três personagens são interpretados pela mesma pessoa. Por exemplo, quando está representando o presidente dos EUA, sua voz é calma, controlada, porém ele sempre se apresenta tenso. Como oficial da RAF ele muda a voz e tem sotaque inglês. É desastrado, porém disciplinado, como todo inglês. Entretanto é como Dr. Fantástico que Sellers se supera, falando com sotaque alemão e preso a uma cadeira de rodas.

Dr. Fantástico não tem o controle de suas mãos e faz a todo tempo, involuntariamente, a saudação nazista “Zieg Hail” para o presidente dos EUA - vejam só, novamente, que ironia. É interessante também observar as caras e trejeitos que o presidente dos EUA faz quando é “saudado” e a expressão no rosto do Dr. Fantástico quando seu braço simplesmente se contrai seguindo de um estrondoso “Hail!”.

Sua tripla atuação, representando papéis antagônicos, significou para a indústria cinematográfica uma inovação, afinal de contas, temos momentos em que dois de seus personagens dialogam entre si, configurando desta maneira uma novidade no cinema até então. Mérito para Kubrick e Sellers. Na realidade Peter faria inicialmente quatro papéis, interpretando também o piloto do avião bombardeiro Major T.J. “King” Kong.

Para continuar dissecando o filme é interessante falar um pouco do roteiro. O filme, de 1964, foi indicado a quatro estatuetas do Oscar e conta a história de um ataque nuclear "acidental". Filmado durante o auge da Guerra Fria, mostra o General Jack D. Ripper (nome dado em referência a Jack, o Estripador) enlouquecido e convencido de que os comunistas estão poluindo "os preciosos fluídos corporais da América" e por conta disso ordena um ataque nucelar a União Soviética.

Seu ajudante, o inglês Capitão Mandrake (Peter Sellers), tenta desesperadamente uma maneira de suspender o ataque. Sellers protagoniza uma das cenas mais hilariantes do filme, quando tenta de qualquer maneira explicar, sob a mira de um fuzil, para um soldado americano a senha para cancelar o ataque, enquanto fala de um telefone público. Enquanto isso, o presidente dos EUA (Sellers, novamente) liga, do famoso telefone vermelho de emergência, para explicar para o bêbado premier soviético, que os EUA irão explodir uma bomba nuclear, acidentalmente, na URSS, explicando para o premier que impedir o ataque é erro tolo.

A partir de então a história é alternada sempre em três cenários: a sala de guerra; a base militar onde o general Ripper está sitiado e o avião bombardeiro que carrega a temida bomba atômica, pilotado pelo texano Major T.J. “King” Kong (a ironia do nome deste personagem está no final do filme, que é simplesmente fantástico!).

A propósito, sobre o Major T.J. “King” Kong cabe um destaque. Observando bem o filme eu percebi que em um certo momento sua voz mudava de intensidade e parecia que havia sido dublado. Depois de pesquisar um pouco descobri que realmente havia sido dublado um pequeno trecho do filme. Trata-se de uma mudança feita de última hora – feita pouco antes do lançamento – é uma fala do diálogo do Major, dentro do avião, com seus pilotos. No momento em que ele revisa o kit de sobrevivência à bomba, o Major diz que o kit é tão completo que daria para passar bons momentos em Dallas, entretanto foi feita uma modificação e o ator dublou por cima a palavra Vegas. Isso porque o presidente Kennedy tinha acabado de ser assassinado em Dallas, em novembro de 1963.

Além de fazer uma ácida crítica à Guerra Fria, Stanley Kubrick aproveita também para criticar a libido masculina. Por exemplo, o General Turgidson (nome que faz referência a sua libido inchada), é um dos conselheiros do presidente. Turgidson é convocado as pressas para compor a mesa da Sala de Guerra (um imenso cenário, onde o presidente se reúne com os conselheiros). O telefonema para o general é atendido por sua secretária, com quem ele tem um caso, que por sua vez aparece apenas de calcinha e sutiã deitada na cama. Em paralelo, no avião bombardeiro, um local apertado e claustrofobórico um soldado folheia uma Playboy, em que a modelo da capa é justamente a secretária do general. (Ora veja só, mais uma ironia!) De volta à sala de guerra, o general Turgidson (que nutri verdadeiro ódio aos comunistas), recomenda veemente ao presidente que o melhor mesmo é de fato explodir bombas nucleares na URSS e que os comunistas são um perigo a nação.

Neste meio-tempo o embaixador russo Sadesky (que recebe esse nome no filme em homenagem ao Marquês de Sade) revela a existência de um dispositivo de retaliação automático caso haja um ataque à Rússia. A existência da máquina é confirmada pelo Dr. Fantástico, que sugere uma saída para a crise. A construção de um imenso bunker nas cavernas, onde a proporção de mulheres para homens seria de 10 para 1, lógico que o general Turgidson aprova a idéia instantaneamente.

Dentre as várias ironias da história outra que é impossível deixar de citar é quando o presidente dos EUA tenta separar uma briga entre o embaixador Sadesky e o general Turgidson, dizendo: “Vocês não podem brigar aqui, por Deus, aqui é a Sala de Guerra!”. Outra sacada de Kubrick é mostrar insistentemente na base militar um letreiro que diz: “Paz é a nossa profissão”, quando na realidade estamos prestes a provocar uma tremenda guerra nuclear.

É difícil escrever uma crítica sobre um filme que eu considero um dos melhores já feitos. Principalmente quando estamos falando dos filmes de Stanley Kubrick, que já havia filmado antes outras obras primas, entretanto é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores, deste diretor que é considerado pela crítica mundial como um gênio do cinema. Entre seus melhores filmes, alguns já citados acima, estão também: “Laranja Mecânica”, “De Olhos Bem Fechados” e “Nascidos para Matar”.
(Fonte - Felipe CRuz - Cineplayers)

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Dr.Strangelove.Or.How.I.Learned.to.Stop.Worrying.and.Love.the.Bomb.(1964).SE.DVDRip.XviD-TLF.avi

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420. A MULHER DE AREIA (1964)

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Um homem na praia, coletando insetos, perde o ônibus que o levaria à cidade. Ao buscar um lugar para passar a noite, é levado por alguns moradores da região a uma escada de corda que o leva até uma casa, na base de um penhasco. Uma mulher solitária o recebe para passar a noite. De manhã, as escadas não estão mais lá, e o povo do vilarejo dança e comemora no alto do penhasco. A armadilha dá início a uma série de desesperadas tentativas de fuga. Com o tempo, porém, a perspectiva começa a mudar.

Comentário
Hipnotizante como poucos, esta obra-prima de Hiroshi Teshigahara (1927-2001) retrata com extrema beleza a luta de um entomologista interpretado por Eiji Okada para escapar da clausura a que foi subtmetido por homens de uma vila. Na companhia de uma misteriosa mulher, interpretada por Kyôko Kishida, ele começa a refletir sobre a vida na cidade e a vida na qual agora está aprisionado. O filme é uma metáfora para diversas questões da existência humana que vão desde o sexo até o absurdismo da vida e do controle que os sistemas sociais exercem em nós. Esta foi uma das quatro parcerias entre o diretor Hiroshi Teshigahara e o roteirista Kobo Abe (1924-19993) que usou seu romance como base para o roteiro. Destaque para a trilha sonora composta por Tôru Takemitsu (1930-1996).
Fonte

Premiações
-Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1965, e ao Oscar de Melhor Diretor em 1966
-Venceu o Prêmio Especial do Juri no Festival de Cannes em 1964 e foi indicado ao Palma de Ouro neste ano.

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Suna.No.Onna.(aka.Woman.In.The.Dunes).(1964).DC.DVDRip.XviD-FULL.avi

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domingo, 15 de agosto de 2010

419. MINHA BELA DAMA (1964)

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Henry Higgins (Rex Harrison), um intelectual e professor de fonética, aposta que conseguirá, no período máximo de seis meses, transformar Eliza Doolittle (Audrey Hepburn), uma simples florista de rua que não sabe falar direito, em uma dama. Mas a tarefa se mostra muito mais difícil do que tinha sido imaginada originalmente.

Premiações
- Ganhou 8 Oscars, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Rex Harrison), Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia - A Cores, Melhor Figurino - A Cores, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Foi ainda indicado em outras 4 categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Stnaley Holloway), Melhor Atriz Coadjuvante (Gladys Cooper), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.

- Ganhou 3 Globos de Ouro, nas seguintes categorias: Melhor Filme - Comédia/Musical, Melhor Ator - Comédia/Musical (Rex Harrison) e Melhor Diretor. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Atriz - Comédia/Musical (Audrey Hepburn) e Melhor Ator Coadjuvante (Stanley Holloway).

- Ganhou um BAFTA na categora de Melhor Filme, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Ator Britânico (Rex Harrison).

Curiosidades
* Os atores Cary Grant, Noel Coward, Michael Redgrave e George Sanders estiveram cotados para interpretar o personagem "Henry Higgins".
* A personagem "Eliza Doolittle" deveria ter sido oferecida à atriz Julie Andrews, porque ela havia vivido Eliza na montagem teatral da história, mas ela acabou não sendo contratada por não ter experiência em cinema. Mesmo assim, na mesma época, ela também fez um filme de sucesso, Mary Poppins, pelo qual recebeu o Oscar de melhor atriz. O mais incrível foi que Audrey não foi sequer indicada, e mais tarde, com A Noviça Rebelde, Julie provou que merecia o papel de Eliza.
* Elizabeth Taylor desejou muito interpretar o papel de "Eliza Doolittle".
* Apesar de ser um romance, não existe nenhuma cena de beijo e nem as frase "Eu te amo" é citado em todo o filme.
* O orçamento do filme ficou em torno de 27 milhões de dólares.

Crítica
My Fair Lady - Minha Bela Dama não é um filme complexo, tampouco daqueles que tem a pretensão de lhe fazer ficar por horas pensando após o término de sua sessão. Este é um daqueles filmes básicos, óbvios, mas construído de uma forma tão perfeitinha, com todos os enfeites no lugar, que fica praticamente impossível não se cativar pela história que está sendo contada. Só que o que faz esse filme tão especial é o modo como tudo é bem empregado: as músicas entram na hora certa, são simpáticas, é deliciosamente ingênuo e possui uma composição visual tão impressionante que poderia ser comparado a um belo quadro.

O roteiro do filme (exageradamente indicado ao Oscar) é uma refilmagem do clássico Pigmaleão e é baseado na peça homônima que estava sendo encenada na Broadway. Algumas estrelas como Cary Grant e George Sanders foram cotados para interpretar o papel de Henry Higgins, mas foi Rex Harrison que acabou tendo a felicidade do trabalho. O ator era o intérprete de Higgins na Broadway, então seria meio caminho andado para o sucesso nas telas, por já conhecer o personagem (isso não é uma tarefa fácil, que fique bem claro) e precisar apenas perder algumas manias de palco.Rex queria que Julie Andrews fosse sua parceira de cena, já que ela era a de palco. Por se recusar a fazer um teste para o papel, o produtor do filme Jack Warner a cortou do elenco e escalou em seu lugar a sensacional Audrey Hepburn. No ano seguinte, Julie se consagraria como A Noviça Rebelde, mas em Minha Bela Dama foi a vez da estrela de Bonequinha de Luxo e Sabrina brilhar nas telas. A química entre Rex e Audrey é fantástica. Mesmo o professor Higgins se mostrando totalmente antipático e egoísta, nunca consegue nossa antipatia. Ao contrário de Audrey, que no começo estava realmente irritante, de voz fina e chata. Acredito que tenha sido de propósito, para criar um contraste maior com quando ela se torna uma dama. A graça e delicadeza de Audrey dão a Eliza um fantástico charme indispensável à versão final de sua personalidade.

Os musicais não são aqueles de grandes espetáculos, como em Cantando na Chuva ou Sinfonia de Paris, mas se concentram no charme e em letras muito bem escritas. Os números são mais discretos e charmosos, como o início da corrida de cavalos e quando Eliza anda pela rua de Londres no início do filme. O meu preferido é o número onde o pai de Eliza (sim, ela tem um pai, só que mal aproveitado) anda pela rua com seus amigos proclamando o quanto é bom ficar sem fazer nada. O bom humor é uma peça fundamental para que isso tudo funcione, uma vez que fica claro o tom de fábula que o diretor quis dar ao seu trabalho. Nada daquilo poderia ser real, mas mesmo assim, tudo é encantador. Minha Bela Dama poderia ser muito bem um filme da Disney, por exemplo.

Só que a grande cartada está mesmo na belíssima utilização da palheta de cores para compor suas cenas. Tudo é muito bem pensado, chega a assustar. Os cenários são claramente falsos, mas tentam recriar a realidade e, mesmo assim, funcionam! Londres toda em tons frios, depressivos, e a cena em que as flores chegam no centro para que seus futuros vendedores comprem seu estoque é simplesmente fantástica. Quando retiram o pano de cima das flores, as cores saltam à tela e uma música extremamente relaxante começa a tocar. Temos o impacto que a cor causa naquele ambiente e, acreditem, é algo realmente gostoso de se assistir. O mais impressionante é que essa utilização inteligente das cores não acontece em uma ou outra cena, e sim no filme inteiro. Na corrida de cavalos, quando Eliza vai tomar banho, no escritório de Higgins, de dia, de noite... Espere sempre por uma impecável combinação de cores. É simplesmente uma das artes mais bonitas que já vi na vida.
(Por Rodrigo Cunha - Cineplayers)

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My.Fair.Lady.(1964).INTERNAL.DVDRip.XviD.cd1-SChiZO.avi
My.Fair.Lady.(1964).INTERNAL.DVDRip.XviD.cd2-SChiZO.avi

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My.Fair.Lady.(1964).INTERNAL.DVDRip.XviD-SChiZO.ptbr.srt
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