


Parma, 1964. Fabrizio, um jovem de 22 anos, passa por uma fase de indecisão política e afetiva. Apesar de renegar a burguesia, não se sente à vontade no movimento revolucionário, pois se considera à frente das ideologias da esquerda. Ao mesmo tempo, vive um amor conturbado com sua tia.
Critica
Antes da Revolução, filme de Bernardo Bertolucci, é inspirado nas personagens do excepcional livro A Cartuxa de Parma, do escritor francês Sthendal. Bertolucci nasceu em Parma. Na sua transposição para o cinema do clássico, fez as duas coisas que não acontecem na trama original: a consumação por meio do sexo do amor platônico que a tia marquesa de Sanseverina sentia pelo sobrinho Fabrizio del Dongo (e era correspondida, em termos) e o casamento de Fabrizio com Clelia Conti, seu grande amor.
O clima é de maio de 1964. Politizado, Fabrizio, que no original sai do castelo dos pais para se juntar às tropas de Napoleão, agora é um comunista, mas não crê na “revolução de um dia”. Gina, a tia, depois de um casamento fracassado, casa-se por dinheiro e muda-se para a sofisticada Milão. Nos feriados, volta para a casa da irmã e passa as noites no leito com o sobrinho e os dias passeando por Parma, fazendo compras e procurando ao máximo não se envolver com política.
Nas melhores cenas os dois incestuosos passeiam por Parma, cidade que começava a despontar como uma das catedrais da moda e do design mundiais, e onde a tia compra inúmeros óculos, capas de gabardine (para ele) e sapatos ingleses (“mesmo durante a guerra não faltaram sapatos ingleses em Parma”, disse um dos personagens). Lá, ela se entedia com o excesso de Verdi (“Prefiro Mozart, Verdi demais enjoa”).
As discussões variavam desde política engajada até a Nouvelle Vague francesa (“Anna Karina será o que é Louise Brooks hoje, a marca de uma geração”), a Hollywood clássica (“Cinema é Humphrey Bogart e Lauren Bacall num filme de Howard Hawks”, citando Godard) e o poeta italiano Cesare Pavese, que tem um de seus mais belos poemas declamados às margens do Rio Pó.
Bertolucci faria melhor a mistura de política e sexo, amor e sedução nos filmes seguintes, como O Último Tango em Paris, Os Sonhadores, 1900, La Luna, O Conformista etc. São os grandes temas do seu melhor cinema. Mas o germe da criação está nesse que é seu segundo filme: nos letreiros, uma citação diz que quem não conheceu o clima antes da revolução não sabe o que é viver.
Fonte - Demetrius Caesar - Cineplayers
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