


Clássico do cinema policial com Lee Marvin como Walker, um delinqüente traído e com um plano de vingança. Mal Reese (John Vernon) convoca seu amigo Walker para participar de um perigoso trabalho na prisão de Alcatraz. A missão consiste em apropriar-se do dinheiro de uma organização mafiosa que será transportado em helicóptero. Mas durante a tarefa, Reese inesperadamente dá um tiro em Walker, o deixa agonizando e foge com a esposa de seu amigo, sua amante Lynne (Sharon Acker). Também leva os 93 mil dólares. Quando sai da prisão, Walker volta para Los Angeles com uma idéia fixa: sua vingança. O "amigo" Reese é agora uma poderosa peça da Organização. Para destruí-lo, Walker utilizará a irmã de sua mulher, Chris (Angie Dickinson), e um misterioso personagem conhecido como Yost (Keenan Wynn). Baseando-se na novela de Donald E. Westlake "The Hunter", John Boorman dirigiu um filme super-violento com os recursos em moda na Europa (imagens oníricas, surrealismo, narratividade abrupta) e os elementos do cinema noir clássico americano.
Crítica
John Boorman é um cineasta de grande categoria. Sua câmera, seu modo de filmar, seu visual, enfim, seu estilo. Essa sua técnica vai impressionando na medida em que o enredo é desenvolvido, e apresentando flashbacks de diferentes tomadas ele vai alucinando o espectador de uma maneira tão expressiva, que meio que nos obriga a chamar Point Blank de “obra de arte”. Sim, OBRA DE ARTE, com letras maiúsculas. Numa analogia bem tosca, é quase um Wong Kar-Wai inserido no gênero ação/policial. Atmosférico, sufocante, criativo e principalmente cheio de minúcias. A expressão no rosto de Lee Marvin (lábios e o olhar sempre incólumes) é pura mistificação, no primeiro contato já percebemos que aquele homem busca recompensa na vingança. Nada pode ser mais gratificante que ter a presença de uma lenda dessas num filme em que a força física e a mente fria triunfam. Se existe mesmo a tal coisa de “o papel foi feito para você”, então aqui está o indicador.
Disparos, socos, pontapés mostram o que um ser humano consegue fazer quando ele está em busca de seu limite. Boorman consegue reduzir o homem a um simples animal selvagem, marca própria do autor. Ao lado de toda essa essência, percorre uma trama cautelosamente bem construída (Point Blank parece mesmo um projeto arquitetônico), cheia de idas e vindas, e com tudo girando em torno de um homem dado como morto. E até aqueles que o devem perceberem que o finado não é mais finado, podem jogar os dados e torcer pela sorte. Você consegue sentir o cheiro de Lee Marvin saindo pela tela, é ele a matéria-prima desse produto bruto que mais do que levar quem o assiste a refletir, nos induz ao puro e simples entretenimento. E a sensação procedente disso, por se tratar de uma obra tão transgressora, não podia ser mais prazerosa.
É a década de 1960 mostrando sua força como a melhor de todas, o gênero policial no cinema americano a partir daqui marcharia por um novo e desvirtuado [e melhor] rumo. John Boorman é mestre, sua capacidade em analisar e transfigurar o caráter de um personagem diante das lentes é espantoso. De certa maneira, é cinema feito para quem busca redenção na arte, porque após sairmos de frente à tela, a única impressão que se tira é de que exaurimos dali toda nossa conformidade com o mundo. Boorman é dos poucos capazes de “nos realizar” desse modo, pelo seu método, e buscar compreendê-lo será continuamente um privilégio.
Fonte : por Caio le Fou em God X Godard
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(Agradecimentos ao usuário deadmeadow do MKO pela postagem)
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