Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

domingo, 24 de outubro de 2010

460. PLAYTIME (1967)

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Jacques Tati, com suas coreografias cômicas encantadoras, passeia pela moderna Paris dos anos 60. Seu jeito inocente de observar as coisas acaba criando confusões hilárias entre os turistas que visitam a capital francesa. A Mais cara produção de Jacques Tati. Em PLAYTIME, Tati construiu praticamente uma cidade, com restaurantes, farmácia, prédios comerciais e até um aeroporto.

Premiações
Vencedor do Prêmio Bodil de Melhor filme Europeu em 1969

Crítica
Quando Jacques Tati lançou o fenomenal Meu Tio, no fim dos anos 50, estava abraçando um tema que se tornaria a marca registrada de suas obras posteriores. Ele ganharia reputação como o maior crítico da era moderna no cinema francês, sempre com uma idéia saudosa e pessimista, ainda que bem-humorada, do dia-a-dia. Meu Tio fez um sucesso gigantesco, ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e colocou o nome de seu realizador em definitivo no panteão da comédia, ao lado de Chaplin, Keaton, Lubitsch, os irmãos Marx, entre outros. Foram quase dez anos de espera para que Tati lançasse um novo trabalho, período no qual escreveu e reescreveu o roteiro mais ambicioso de sua carreira, demandando um orçamento sem precedentes. Exigiu a construção de cenários faraônicos, brigou com dezenas de técnicos e executivos do estúdio, obrigou atores a repetir incessantemente as mesmas cenas. Com o material bruto nas mãos, fez uma primeira montagem de quase 3 horas de duração, mas os produtores foram reduzindo e reduzindo, até aprovarem uma versão com cerca de 2 horas. Tudo pronto e, em dezembro de 1967, Tempo de Diversão, o “filme maldito” de Jacques Tati, pôde finalmente ser conferido nos cinemas da Europa. Sucesso absoluto? Pelo contrário: um fracasso que tiraria o sono do artista por um longo período.

É difícil entender qual teria sido o motivo para que Tempo de Diversão não tivesse dado certo logo na estréia; hoje, o filme é reverenciado (e com razão). Fruto de um perfeccionismo quase doentio, é uma obra singular que encanta o público com seu look arrebatador, uma comédia inteiramente coreografada. O risível encontra-se no comportamento dos personagens, no gestual, no movimento dos objetos. Tudo sincronizado como um relógio, uma máquina. Nada fora do tempo, nenhum erro.

Enquanto que Meu Tio se limitava em caçoar a obsessão pela tecnologia no universo doméstico, Tempo de Diversão amplifica-se para ganhar espaço nos ambientes de trabalho e lazer. No primeiro, o sr. Hulot (interpretado pelo próprio Jacques Tati) deparava-se com equipamentos de última geração, espalhados pela casa da irmã, que teriam o desígnio de “facilitar a vida” das donas-de-casa, mas que aos poucos se mostravam inúteis e extremamente complicados. No segundo, Hulot reaparece, desta vez em espaços variados, desde um prédio comercial até um restaurante da moda, passando por uma feira de novidades tecnológicas, cujos destaques são uma vassoura elétrica e uma porta que não faz barulho! Não há referências temporais, contudo o clima é futurista. Aliás, esqueça a Paris de outras películas, revistas ou cartões postais. Não há espaço para antiguidades. A cidade de Tempo de Diversão é supermoderna, feita de aço e vidro, luzes e carros, linhas retas, geometria por todos os cantos. A composição da cena é quase monocromática, com predominância do cinza metálico. Famosos monumentos, como a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo, aparecem somente refletidos em portas de vidro, como alusões espectrais da antiga Paris. Com isso, Tati não camufla a intensa paixão que sente pela capital francesa, apenas teme ver as fantasias do filme se tornarem realidade um dia.

Munido de gagues inteligentes, o diretor/ator não necessita abrir a boca para fazer rir. É verdade que, para alguns espectadores, sua cinematografia possui um quê de deslocamento. Talvez ele tenha nascido na época errada, o humor que fazia é mais bem-comparado às comédias mudas, porém essa hipótese não me convence. Ele não teria tido nenhuma dificuldade, é claro, para criar filmes excelentes se tivesse surgido antes do cinema sonoro, no entanto, mesmo em plena década de 60, a economia de diálogos lhe parece bastante apropriada. Não havia ninguém parecido com Tati quando este entrou em cena, ainda nos anos 40. E nenhum outro cineasta fez algo semelhante desde então, apesar da sua notável influência em obras de François Truffaut ou Blake Edwards, só para citar dois. Conclui-se, portanto, que o diretor francês era um artista de “tempo algum”...

Visionário, o filme se transforma numa adorável e incisiva crônica das metrópoles do pós-guerra. Sim, há grande dose de exagero, nem por isso o público deixa de se identificar com alguns elementos. Acompanhamos a estupefação de Hulot diante dos costumes modernos, que lhe parecem tão absurdos quanto ridículos, como o apartamento de um amigo com quem topa na rua ao acaso. O interior da habitação, repleto de eletrodomésticos, é vislumbrando por inteiro da calçada devido a uma enorme janela que ocupa toda a parede da sala, vaticínio sobre a banalização da intimidade promovida pelas webcams e pelos reality shows dos tempos atuais. As pessoas do futuro, prevê Tati, gostam de se expor. Já os últimos minutos são marcados por imagens divertidíssimas e sarcásticas do trânsito (o que já dava uma pista do que o diretor faria mais tarde com Trafic, em 1971): carros enfileirados como num carrossel, circundando uma rotatória de maneira tonta e patética, sem fim. O ônibus com as turistas americanas diminui ao horizonte de concreto. No segundo plano, o lusco-fusco, sublinhado por postes elétricos que vão se acendendo conforme a câmera avança, nos transmite uma sensação de saudosismo ainda mais intensa. E Tempo de Diversão se firma, assim, como uma obra suprema do humor. Na seqüência do Royal Garden, que ocupa quase metade do filme, Tati lança mão de tudo o que está ao alcance para comprovar sua genialidade. Nesta cena específica, ele nem aparece tanto e, quando aparece, não diz muita coisa. Nem precisa. Com Meu Tio e Play Time, ele estabelece um nível avançado da comédia física — sofisticado e minimalista — e mostra que consegue fazer rir com poucas palavras em meio a um mundo em que os outros parecem falar até demais.

Por Pierre Willemin no Blog Cinema-Filia

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Playtime.(1967).(Restored.Version.2002).DVDRip.DivX5-HQ_ieoia.avi

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Playtime.(1967).(Restored.Version.2002).DVDRip.DivX5-HQ_ieoia.ptbr.srt
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