Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

domingo, 10 de outubro de 2010

448. BLOW UP: DEPOIS DAQUELE BEIJO (1966)

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O fotógrafo profissional Thomas não viu nada - e viu tudo. Ampliações de fotos que ele tirou secretamente de um casal no parque revelam um assassinato em progresso. Revelam mesmo? Ganhador dos prêmios de Melhor Filme e Diretor em 1966 pela National Society of Film Critics, "Depois Daquele Beijo" de Michelangelo Antonioni é um influente e estiloso estudo sobre a paranóia e a desorientação. É também uma cápsula do tempo para Londres, mostrando o que era moda na época, como o amor livre, as festas intermináveis, a música (Herbie Hancock escreveu a trilha e The Yardbirds tocam em um clube) e os ritmos. David Hemmings interpreta o fotógrafo cansado estimulado pelo mistério de suas fotografias.Vanessa Redgrave é a mulher evasiva mostrada nas fotos. Mas cabe a você resolver o que há de verdade naquilo que você vê, naquilo que você não vê e aquilo que só a câmera consegue enxergar.

Crítica
Blow Up é um filme de passagem. A transformação interna de um sujeito que olha demais para as coisas em si mesmas – e, com muita soberba, ele crê que controla as coisas com o seu olhar de fotógrafo de modelos femininas – para um sujeito que vai passar a olhar o seu próprio olhar sobre as coisas, dentro de um angustiante processo de questionamento (das coisas) e de auto-questionamento (do seu próprio olhar). Para alguém tão vaidoso quanto este fotógrafo, é difícil abrir mão da segurança do olhar direto e claro. Ele tenta de todas as maneiras descobrir a “verdade”, mas só lhe é concedida a dúvida. Mais tarde, quando ele descobrirá alguma verdade, esta será apenas parcial. E ainda há o fato de que, sabendo ou não dos fatos, as possibilidades que este sujeito tem de agir em relação a eles é praticamente nula. Não há nada a fazer e quase nada a ver. Mas, no fundo, não importa ao filme a verdade dos fatos. O problema colocado aqui não é a incerteza em relação ao que é real e ao que não é. O problema é a insegurança do olhar.

O que interessa é o olhar que “constrói” a realidade, ainda mais na impossibilidade de uma ação concreta que interfira nela e a transforme. Eis a frustração básica do personagem: o fotógrafo que olha com volúpia e age construindo e transformando o pequeno universo de suas fotos (particularmente as fotos de modelos, e mais particularmente ainda as próprias modelos) não poderá ser mais do que testemunha casual e distante do “homicídio” no parque. Em relação a tal acontecimento, o homem com a câmera não poderá interferir, sequer olhar claramente para ele, captando e compreendendo todos os seus elementos factuais. E não haverá tecnologia capaz de ajudá-lo nesta tarefa ingrata. Por isso é que se chega ao absurdo fantástico do pedaço de foto imensamente ampliado que mostra (?) uma figura humana (?) escondida no meio dos arbustos. Mas o “rosto” desse “homem” mais parece uma mistura da granulação da imagem excessivamente ampliada com as folhas da própria vegetação. É como aquele rosto no solo de Marte. Será visto o que se quiser ver. Como num teste de Rorsarch, o sujeito verá o que ele tiver de ver ali, subjetivamente...

Assim sendo, pode-se confiar no olhar? Em que medida? Se não se confia no olhar, não se confia em si mesmo. O indivíduo, enquanto subjetividade, desmorona. E o mais interessante, neste filme de Michelangelo Antonioni, é que todas essas dúvidas e problemáticas vão surgindo e se desenvolvendo vagarosamente, com muita sutileza, “por debaixo dos panos” (para não cair no excesso de erudição de dizer “sub-repticiamente”), como que ao acaso, utilizando os “tempos mortos” da narrativa. Também aqui, temos uma passagem: como se do inconsciente ao consciente, do banal ao extraordinário que, não obstante, já se encontrava intrínseco ao banal. O extraordinário que se revela no banal, eis uma melhor definição. E é isso exatamente o que define o gênero da literatura fantástica e a obra de um dos seus principais representantes: Julio Cortázar – “Blow Up” é um conto de sua autoria, adaptado aqui pelo próprio Antonioni, que se valerá de toda a maestria da sétima arte.

O filme tem pelo menos dois momentos de grande cinema, de um uso muito significativo da estética própria do cinema. Primeiro, a montagem das fotografias que mostrariam o homicídio e que o fotógrafo prega na parede, umas ao lado da outras, para estudá-las. Ocupando todo o plano da tela que o espectador vê, as fotos vão se sucedendo, na ordem em que as colocou o personagem, e formando uma pequena cena narrativa com uma montagem especificamente cinematográfica – variando, inclusive, os diferentes tipos de planos (uns mais próximos, outros mais afastados). Dessa maneira, o olhar do personagem, identificado com o do diretor, forma um filme dentro do filme, uma história dentro da história. Segundo momento memorável: a panorâmica que acompanha, quase que em primeiro plano, a bola de tênis imaginária. Nunca o invisível foi tão visível, nunca o nada foi tanto. Esse mote pode se aplicar ao filme como um todo.

A fenomenologia do olhar, do apenas olhar (e ainda assim não captar totalmente o seu objeto) numa situação em que toda ação “motora”, toda interferência concreta é de todo impossível, é o que marca o cinema de Antonioni – mais do que a já muito discutida questão da incomunicabilidade (faço coro aqui às idéias de Gilles Deleuze em A Imagem-Tempo). Em Depois Daquele Beijo (o ridículo título em português de “Blow Up”), temos uma forte presença da ironia e do olhar distanciado do diretor – como ocorre nos filmes de Jacques Tati, mas sem a complacência humanista dele. A sessão de fotos de modelos, o show de rock dos Yardbirds (o filme é de 1966), a festa regada a drogas... percebe-se em tais cenas uma ironia muito sutil, porém, profundamente sarcástica. Ainda no espírito da ironia, podemos concluir o seguinte: Se a ação concreta é impossível e o olhar verdadeiro também o é, o que é que se pode fazer? Mergulhar numa busca vã e ensandecida mesmo assim? Afastar-se de tudo, caindo no tédio e na melancolia? Nada disso. Vamos brincar, fingir, fazer de conta que... entrando no espírito do jogo de esconde-esconde e de pega-pega que é a vida e o mundo. Vamos virar todos pantomimos.

por: André Renato

Premiações
*Festival Internacional de Cannes, França
Prêmio Palma de Ouro (Michelangelo Antonioni)
*Sindicato Francês dos Críticos de Cinema, França
Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro
*Sindicato dos Jornalistas Críticos de Cinema, Itália
Prêmio Fita de Prata de Melhor Diretor de Filme Estrangeiro (Michelangelo Antonioni)
*Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Indicado ao Oscar de Melhor Direção (Michelangelo Antonioni)
Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original
*Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra
Indicado ao Prêmio de Melhor Filme Britânico
Indicado ao Prêmio de Melhor Direção de Arte Britânica
Indicado ao Prêmio de Melhor Fotografia Britânica
*Prêmios Globo de Ouro, EUA
Indicado ao Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro de Língua Inglesa

Curiosidades

-Alguns artistas já conhecidos em 1966 aparecem no filme, outros se tornariam celebridades depois dele. The Yardbirds, a primeira banda conhecida de Jimmy Page e Jeff Beck, faz uma apresentação num clube londrino e Antonioni pediu a Beck que refizesse a cena de Pete Townshend, do The Who, destruindo suas guitarras e amplificadores no palco, ato pelo qual o cineasta era fascinado. Veruschka, modelo já famosa na Europa, que intepreta a si mesmo, depois do filme se tornaria uma celebridade em todo mundo. Michael Palin, comediante britânico que aparece numa das festas, alguns anos depois ficaria internacionalmente famoso como um dos criadores do grupo Monty Phyton
-O filme Um Tiro na Noite, de Brian De Palma, de 1981, é influenciado pela trama de Blow-Up. No filme entretanto, o recurso usado é o sonoro, quando pistas de um assassinato são dadas por sons num gravador. Francis Ford Coppola, que também usou o recurso do som como suspense em seu A Conversação, de 1974, também admite no DVD de seu filme, que foi inspirado por Blow-Up para escrever a trama do longa-metragem. O filme Austin Powers - Um Agente Nada Discreto, de Mike Myers, faz uma paródia-homenagem às cenas da sessão de fotos de Thomas com Veruschka.

Screens


Link ed2K
Blowup.(1966).DVDRip.XviD.cd1-FRAGMENT.avi
Blowup.(1966).DVDRip.XviD.cd2-FRAGMENT.avi

Legenda
Blowup.(1966).DVDRip.XviD-FRAGMENT.ptbr.srt
ou
Link Direto

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