Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

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domingo, 19 de setembro de 2010

430. ONIBABA - A MULHER DEMÔNIO (1964)

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Um dos títulos de Shindo que ganhou alguma popularidade no Ocidente, «Onibaba» baseia-se num conto budista, mas o realizador extrapola largamente para lá do intuito da moralidade original, desenvolvendo uma história sobre sobrevivência em condições extremas e desejo sexual.
Durante um longo período de guerras, com apoiantes de dois imperadores a degladiarem-se pelo poder supremo no Japão, duas mulheres, sogra e nora, vivem numa cabana, no meio de um canavial. A escassez de alimentos força-as a tornarem-se numa espécie de abutres humanos: acabam com a miséria de samurais moribundos, para posteriormente trocarem as suas armaduras e espadas por arroz e outros bens essenciais. Certo dia, um vizinho regressa e os hormonios da mais nova entram em erupção. A sogra receia pelo fim da sociedade e tenta impedir os encontros noturnos.
«Onibaba» encerra uma dimensão simbólica — socialismo, luta de classes, etc... — mas é apreciado primordialmente pelos sentidos, pela sua forte estética (excelente composição scope a preto e branco) e pela exultação dos instintos básicos do ser humano: sobrevivência primeiro, sexo depois.

Crítica
Shindo Kaneto é autor de uma extensa obra que se iniciou ainda nos anos 50 e se prolongou até esta década. Os seus títulos mais conhecidos — no Ocidente, pelo menos — continuam a ser de há quatro décadas ou mais. Aí se inclui «Kuroneko» (1968) e este.

«Onibaba» tem como ponto de partida um texto budista com uma moral bem definida. Ainda que mantendo os elementos essenciais desse conto, canalizados no clímax da narrativa, Shindo não faz assentar o filme na moral religiosa — as suas preocupações são terrenas.
A premissa do filme indica um dos temas: a sobrevivência em condições extremas. Quando conhecemos as personagens centrais podemos ficar chocados, porquanto mesmo antes de lhes vislumbrarmos os rostos sabemos que são assassinas impiedosas. Mas o desenvolvimento da narrativa, à luz do contexto histórico, dilui o rótulo (“assassinas”). Pomos de parte os juízos que o filme não pretende fazer.
Com a chegada da personagem de Sato Kei, o desejo sexual assume-se como conceito essencial subjacente ao filme. As ervas altas (“suzuki”) preenchem o enquadramento, ondulando, sem parar, de um lado para o outro, agregando uma simbologia lata: guerra, dualidade, mas também os ímpetos carnais.
A jovem corre ao longo do campo para satisfazer desejos físicos, indiferente a condições atmosféricas e, mais no final do filme, resistindo a outras ameaças. Tal como Shindo nunca reveste com um contorno moral o acto de matar (é um modo de viver), também não se sugerem sentimentos de qualquer espécie entre ela e Hachi (é um modo de se saciarem).
Shindo Kaneto afirmou-se socialista e o conceito de luta de classes está presente, ainda que acompanhemos quase exclusivamente pessoas no fundo da pirâmide social (se tal expressão faz sentido numa sociedade desagregada, em ruínas). O tema torna-se mais notório nos momentos em que a sogra contracena com o samurai que esconde o rosto por detrás de uma máscara, mas impregna toda a obra: a situação limiar em que os camponeses se encontram tem origem nos conflitos dos poderosos. O período histórico caracteriza-se também por uma revolta de servos contra senhores (apropriando-se de terras, por exemplo) — algo que não é explicitamente abordado, mas que Shindo deverá ter tido presente.
Sendo uma obra que sugestiona ensaios de análise política, sociológica, histórica e até psicológica, «Onibaba» não se contém na componente formal. A óptima composição scope e a fotografia a preto e branco, pontuada por uma iluminação que ressalta as ânsias e os pulsares dos corpos, aliada à música e ao design sonoro dinâmico, dominado por tambores que exacerbam sentimentos primitivos, tornam o visionamento uma refinada experiência sensorial de grande cinema.

Filme espartano, rodado num cenário minimalista — um rio, ervas altas, cabanas, uma caverna —, num mundo cruel e violento, onde a realização dos instintos primários não deixa espaço para o amor, contém, ainda assim, uma visão optimista sobre a capacidade de sobrevivência da humanidade.

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