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Com APUR SANSAR (O Mundo de Apu), Satyajit Ray concluiu a Trilogia de Apu e assim criou a melhor e mais bela trilogia da História do Cinema. Apu logrou tragicamente sua ânsia de independência e sente reforçada sua ânsia de conhecimento. Os desejos de escrever, sonhar e amar parecem cumprir-se ao conhecer Aparna e contrair matrimônio. Recuperada a finais dos anos 90, depois do incêndio que destruiu os negativos originais, é uma obra-prima do cinema mundial, e uma das mais ternas e sensíveis histórias de amor.
Premiações
Indicado ao BAFTA em 1962
Nota na 24° Mostra Internacionaç de Cinema de São Paulo.
A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo reverencia o mais importante diretor do cinema indiano. Exibe seis de seus filmes. Dois deles compõem a célebre trilogia de Apu. A mostra vai exibir o primeiro, Pather Panchali, ou Canção da Estrada, e o terceiro, Apu Sansar, ou O Mundo de Apu. Fica faltando o segundo, Aparajito, O Invencível. Dos outros quatro filmes há um que é fundamental na carreira do autor – A Deusa. O ciclo todo é imperdível. A Índia possui uma das maiores cinematografias do mundo. É o único lugar que produz mais filmes que Hollywood, mas a maioria deles, melodramas cantados, é consumida só pelo público interno, não se destina à exportação. Satyajit Ray foi um dos raros diretores indianos a conseguir projeção internacional.
Até Hollywood se rendeu ao diretor que nasceu em 1921. Ele já estava no hospital, quando recebeu um Oscar especial de carreira, em 1992. Morreu menos de um mês depois. Deixou o legado de uma obra que pode ser desequilibrada estruturalmente, mas é sempre rigorosa do ponto de vista filosófico, humano e poético. Canção da Estrada, o primeiro filme da trilogia, inicia a história de Apu. O garoto nasce logo no começo e o filme mostra a dificuldade da família para sobreviver numa aldeia pobre. Apu, o pai, a mãe e a irmã. Uma narrativa de inspiração neo-realista, mas que adquire uma dimensão meio mágica com a personagem da parente, a ‘tia’, que conta histórias.
No segundo filme, que não passa na mostra, a família muda-se para a cidade. Apu não se adapta, distancia-se da mãe. É quando vem a cena maravilhosa – ele recita uma poesia na aula. É como se Ray quisesse dizer que a beleza pode refulgir no ambiente mais miserável. Esse homem era um humanista – por mais que a palavra seja estranha nesses tempos de globalização. No Mundo de Apu, o herói casa-se com uma mulher rica e desenvolve um olhar contemplativo sobre o mundo. Os três filmes compõem um comentário sobre a evolução da Índia como sociedade industrial. Ray critica essa sociedade por ser corrupta, mas sua idéia é a de que o homem não precisa (nem deve) se corromper.
Ele era filho de um poeta e pintor que morreu quando tinha apenas 2 anos. A família empobreceu, Ray teve de trabalhar muito cedo. Foi ser desenhista de publicidade. Os desenhos o aproximaram do cinema. Resolveu ser cineasta e em 1947 fundou a Film Society. No começo dos anos 50, teve o encontro decisivo com Jean Renoir, que fora à Índia para fazer O Rio Sagrado. Superando dificuldades, Ray fez, ao longo de vários anos, Canção da Estrada, que ganhou o prêmio de melhor documento humano em Cannes, em 1956. No ano seguinte, ganhou o Leão de Ouro de Veneza com Aparajito. O resto é história.
Uma poderosa influência foi exercida sobre ele por Rabindranath Tagore. O poeta foi seu professor. Ray dedicou-lhe um belíssimo documentário no começo dos anos 60 e foi além – adaptou três histórias de Tagore em Três Mulheres. A influência do poeta também é perceptível em A Deusa. É um ataque à religião e à superstição, importante num país como a Índia, no qual ela é sempre fonte de espanto e admiração, principalmente para os ocidentais. A religião indiana eleva, mas em nome dela também se praticam a discriminação e a segregação. Ray investe contra a religião, mas o faz com tal nobreza que impede o filme de se transformar num panfleto. É um clássico.
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