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Primeira versão cinematográfica da peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, Orfeu Negro transpõe o mito grego de Orfeu e Eurídice, uma trágica e bela história de amor, para os morros do Rio de Janeiro, durante o carnaval. Consagrado no mundo inteiro, tendo recebido muitos prêmios, o filme foi também um dos marcos fundadores da bossa nova, trazendo músicas clássicas do gênero assinadas por Tom Jobim, Vinícius, Luiz Bonfá e Antonio Maria, como A Felicidade, Manhã de Carnaval e O Nosso Amor.
Premiações
- Palma de Ouro, Festival de Cannes em 1959
- Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960
- Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em 1960
- Indicado ao BAFTA, na categoria de Melhor Filme em 1961
Crítica
Orfeu Negro, lançado por aqui como Orfeu do Carnaval, já que se passa durante a festa, foi adorado mesmo por críticos renomados europeus. Saiu vencedor da Palma de Ouro, no Festival de Cannes, depois de assegurar o Oscar de filme estrangeiro. Só para comparar: na mostra francesa, Camus derrotou Truffaut (que estreava com Os Incompreendidos) e Buñuel (Nazarín). Não é difícil imaginar a razão. Mal os créditos iniciais surgem na tela e já irrompe uma escola de samba a ensaiar no morro — e assim será em grande parte da obra, com sambistas e mulatas na conhecida animação carnavalesca. Nada contra a imagem que costuma celebrar o Rio mais eloqüente.
É convincente, inclusive, para justificar o protagonista também músico e enraizado naquela cultura. Orfeu (Breno Mello, um ex-jogador ruim em campo e no filme) é a representação do conquistador malandro e querido por todos. Também tem o violão mais afinado do morro. Dele saem os trunfos do filme, canções de Tom Jobim e Carlos Lyra, como Manhã de Carnaval e A Felicidade. Impossível esperar mais de um Brasil para exportação. E foi nesse formato que o filme nasceu. A crítica da época explica que a idéia foi do produtor Sacha Gordine. Este sabia do amor de Marcel, o irmão de Albert Camus, pelo Rio de Janeiro e lhe entregou o projeto. O diretor subiu o morro sem pestanejar, inclusive destacando sua mulher, a americana Marpessa Dawn para o papel de Eurídice.
Ela literalmente some com as ótimas interpretações de Lourdes de Oliveira, como Mira, a namorada ciumenta de Orfeu, e Léa Garcia, a fogosa prima de Eurídice. São verdadeiras cabrochas. Por mais dedicadas, não conseguiram escapar da pasteurização. O mundo teria que ver gente feliz, bonita e orgulhosa de seu universo. Há indicações de que Camus se arrependeu não só deste, mas de muitos equívocos, mesmo tendo colhido sucesso pelo mundo. Ao tecer seu comentário demolidor na Cahiers du Cinéma, Jean-Luc Godard lembrou que conhecia o Rio de Janeiro e apontou, com detalhes, todos os erros e absurdos de roteiro e continuidade. Chegou a embirrar com a chegada de Eurídice na barca de Niterói e não no charmoso aeroporto Santos Dumont, onde a vista era fantástica.
Cacá Diegues lembraria da sugestão ao filmar o seu mito. Camus alegou que só depois das filmagens conheceu bem a cidade. Os deslizes transparecem nos movimentos da protagonista até chegar à favela; nos diálogos muitas vezes descuidados e sem sentido, nos recursos escolhidos para momentos fundamentais da trama. O mito dá conta do amor do casal acompanhado de perto pela morte (no filme é o atleta Ademar Ferreira da Silva). Quando Eurídice é vitimada, Orfeu desce aos infernos para buscá-la e o destino de ambos depende de nunca mais se olharem. Camus lança a mensagem numa das cenas mais emblemáticas — para o bem e para o mal —, quando o protagonista vai a um candomblé e ouve sua amada no corpo de uma velha. É essa sucessão de imagens clichês que aos poucos vai matando a boa intenção de servir um retrato honesto e comovente da vida brasileira. São ilusões de um estrangeiro que se esforçou em ser da terra.
Não deixa de ser tocante que se lembre de ícones como Cartola e Dona Zica numa ponta na repartição. Diegues também se deu ao luxo de encaixar — mesmo que fora de contexto — um ídolo musical, Caetano Veloso. Reveste também seu filme de exotismo e talvez não possa culpar tanto Camus pelo dele. É um das diversões do cinema. Com o tempo, alguns equívocos não se mostram mais tão marcantes.
(Fonte)
Curiosidade
- O prêmio de melhor filme estrangeiro ganho por Orfeu Negro foi dividido com outros 3 filmes: Kagi, a Ponte da Desilusão, Morangos Silvestres e Wir Wunderkinder.
- Refilmado como Orfeu (1999).
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Link ed2K (postado originalmente por Distanasia do MKO)
Orfeu.Negro.(1959).DVDRip.XviD-MakingOff.avi
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Orfeu.Negro.(1959).DVDRip.DivX5-filbradow.avi
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