Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

sábado, 15 de maio de 2010

335. CINZAS E DIAMANTES (1958)

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IMDb

Em 1945, no último dia da guerra, um jovem mercenário é contratado por uma organização de direita para matar um líder comunista em uma aldeia. O guerrilheiro cai de amores por uma garçonete e começa e pensar em desistir de sua vida de combatente.

Premiações
Indicado a 2 premios BAFTA em 1960

Crítica
Nos dois filmes anteriores que compõem a trilogia de Andrzej Wadja sobre a Segunda Guerra Mundial, o cineasta já ensaiava uma posição crítica diante do domínio comunista sobre a Polônia. O segundo exemplar, “Kanal”, inclusive encerrava com uma alegoria que expunha, de modo velado (para afastar a censura), a insatisfação dos poloneses com o iminente domínio russo sobre o país, nos dias finais do conflito. Em “Cinzas e Diamantes” (Popiól i diament, Polônia, 1958), obra que encerra a trilogia e é considerada um dos filmes de guerra mais importantes do século XX, Wadja expõe abertamente essa insatisfação, enfrentando a censura comunista sem medo. O diretor já era internacionalmente conhecido, pois com “Kanal” faturara o Prêmio do Júri em Cannes. Desfrutando dessa fama, Wadja podia se dar ao luxo de bater de frente com o governo polonês da época. E fez isso escolhendo como trama do terceiro filme um episódio ficcional envolvendo um homem da Resistência encarregado de eliminar o secretário do Partido Comunista na capital do país. Ambientado no último dia da guerra, 7 de maio de 1945, “Cinzas e Diamantes” deixa muito claro que, após o fim da ameaça nazista, os poloneses passaram a combater de imediato uma outra ameaça: o totalitarismo soviético. Trata-se, portanto, de um filme de denúncia, só que não mais contra a violência alemã no conflito. “Cinzas e Diamantes” é uma obra política, mas não no sentido clássico da palavra, uma vez que o cinema de Wadja é profundamente impregnado de humanismo. Para o cineasta, o indivíduo vem antes do coletivo; o drama pessoal é mais importante do que a guerra. Os dois filmes anteriores já deixavam isso evidente, mas Wadja reafirma com convicção esse credo ao mostrar como a força de uma paixão inesperada consegue alterar, em um único dia, o modo de pensar de um homem. O protagonista de “Cinzas e Diamantes” é Maciek (Zbigniew Cybulski). Jovem integrante da Resistência polonesa, ele é o encarregado de eliminar Szczuka (Waclaw Zastrzezynski), o futuro todo-poderoso do governo comunista na Polônia. Embora jamais seja dito claramente no filme, o objetivo da ação é evidente: impedir, ou pelo menos dificultar, que a União Soviética use o Partido Comunista polonês como marionete para controlar o país. Mantendo-se fiel à visão de mundo que expôs nos primeiros dois filmes da carreira, Wadja modela Maciek como um jovem impetuoso que cumpre suas missões sangrentas com a eficiência burocrática de um assassino de aluguel. No atentado que abre o filme, ele ataca de maneira letal, mas mata a pessoa errada; por isso, dá um jeito de se hospedar no mesmo hotel que Szczuka, a fim de cumprir a missão. O problema é que, durante uma passadinha no bar do estabelecimento, ele conhece Krystyna (Ewa Krzyzewska) e se apaixona. Isso muda tudo. De repente, o homem que sempre cumpriu ordens sem questioná-las tem um objetivo pessoal, que importa mais do que o desejo dos superiores. Além disso, ele tem medo de morrer. Toda a galeria de personagens, desde os figurantes com poucas falas até o protagonista, são homens de carne e osso. Eles têm um passado, buscam um futuro e têm preocupações cotidianas. Sim, todos possuem ideais políticos – às vezes diferentes entre si –, mas põem acima deles seus destinos individuais. Um quer conseguir um trabalho melhor, outro deseja voltar à cidade natal, um terceiro arde de paixão. Até mesmo Szczuka, que representa o maior posto comunista na Polônia, tem um objetivo pessoal que põe acima dos camaradas: reencontrar o filho, com quem perdeu contato durante a guerra. Há um diálogo brilhante, travado entre personagens secundários, que resume a filosofia de Andrzej Wadja. Ele ocorre logo no começo do filme, quando dirigentes comunistas tentam justificar a morte de inocentes no atentado cometido por Maciek. “Todo mundo pode morrer. Hoje, amanhã ou depois. Eu, você ou qualquer um”, diz um integrante do Partido. “Sabemos disso. Mas quem vai dar a notícia à mulher dele?”, responde um dos camponeses que presenciou o crime, apontando para o cadáver. A mensagem é clara: o foco de “Cinzas e Diamantes” é o indivíduo, não o sistema. Uma mensagem puramente humanista. Ao assinar o longa-metragem como co-roteirista, Wadja também começou a abandonar, em definitivo, o virtuosismo visual que marcou seus primeiros trabalhos, para se concentrar na narrativa. De modo geral, a fotografia é mais simples, sem abusar das longas tomadas sem cortes que marcaram “Kanal”, por exemplo. É verdade que Wadja e o fotógrafo Jerzy Lipman ainda fazem composições com cuidado, mostrando enquadramentos refinados e exibindo ações acontecendo em segundo plano, à moda de Orson Welles (observe, por exemplo, a cena em que Maciek e sua amada conversam em uma igreja abandonada, com um crucifixo de cabeça para baixo em primeiro plano). Como nos dois filmes anteriores da trilogia, “Cinzas e Diamantes” também apresenta uma tomada virtuosa de abertura, com a câmera saindo de uma cruz no topo de uma igreja e descendo até mostrar o assassino e um colega descansando sobre um gramado. Dessa vez, porém, a técnica apurada funciona de maneira mais contida, a favor da ação, sem chamar demais a atenção para si. Aqui, a grande estrela são os diálogos, algumas vezes inesquecíveis, que capturam com fidelidade o clima caótico da Polônia do pós-guerra, incluindo o trauma de ter uma de suas principais cidades quase totalmente destruída (“Sem Varsóvia, não é a mesma coisa. É como perder um braço”, reflete um personagem). Algumas pessoas não entendem o título do filme, traduzido literalmente para o português. É uma frase lapidar, que resume perfeitamente o humanismo do cineasta. As cinzas, claro, se referem aos escombros da guerra, à destruição que está perto de acabar; os diamantes, não há dúvida, são as pessoas. Porque é isso que, no fim das contas, importa para Wadja: as pessoas. O resto... são cinzas.

Rodrigo Carreiro (Cine Repórter)

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(postado pelo usuário sandovalpacino do MKO)

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