Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

363. PSICOSE (1960)

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Psicose começa com a secretária Marion dando um desfalque de 40 mil dólares na imobiliária onde trabalha. É uma tarde quente de sexta-feira e ela pede licença ao patrão para sair mais cedo, e leva consigo o pacote contendo o dinheiro, certa de que seu crime só seria percebido após o final de semana. Com pouco mais de dois dias para fugir, Marion sai dirigindo sem destino pelas estradas. Cansada, vai parar no Motel Bates, um lugar decadente, que quase fechou suas portas após o desvio da auto-estrada. Lá, é recepcionada por um simpático mas estranho rapaz, Norman Bates, um tímido, dominado pela mãe. Após um bate-papo e um rápido sanduíche, acontece o inesperado.

Premiações
Oscar 1961 (EUA)
* Foi indicado nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Janet Leigh), melhor fotografia, melhor direção de arte e melhor direção.
Globo de Ouro 1961 (EUA)
* Venceu na categoria de melhor atriz coadjuvante (Janet Leigh).
Prêmio Edgar 1961 (Edgar Allan Poe Awards, EUA)
* Venceu na categoria de melhor filme.

Curiosidades
* Psicose foi filmado em preto e branco porque Hitchcock temia que a cena do chuveiro ficasse chocante demais, com o vermelho do sangue.
* A tradicional aparição de Hitchcock, neste filme, acontece durante aproximadamente quatro minutos, do lado de fora do escritório em que Marion trabalha, e ele está usando um chapéu de cowboy.
* Janet Leigh não estava nua na famosa cena do chuveiro: ela usava uma roupa colante à pele. Uma dublê de corpo também foi utilizada.
* O som das facadas, nesta mesma cena, na realidade é o som de um melão sendo esfaqueado.
* O sangue desta mesma cena é, na verdade, calda de chocolate.
* O chuveiro que se vê filmado de baixo para cima na realidade tinha dois metros de diâmetro, para que a câmera captasse os jatos d'água com maior intensidade.
* A cena do chuveiro demorou sete dias para ser filmada, e utilizou 70 diferentes posições de câmera.
* Hitchcock recebeu uma carta de um pai enfurecido, dizendo que sua filha, apavorada, recusava-se a entrar no chuveiro, após ver o filme. Hitchcock respondeu a carta, sugerindo ao pai que levasse a garota para uma lavagem a seco.
* Psicose é o primeiro filme da história do cinema americano a focalizar um vaso sanitário dando descarga, o que era considerado de mau gosto, na época.
* Houve três sequências: Psicose 2 foi lançada em 1983, Psicose 3 em 1986, e o capítulo final foi lançado em 1990. Houve também um especial chamado Bates Motel em 1987 e um remake em 1998.

Crítica
Clássico dos clássicos do cinema mundial. Psicose não é só um dos melhores filmes da história, mas também um dos mais plagiados, satirizados e ousados também. Partindo de uma premissa bem simples, o filme virou o marco que é por ter um segredo muito bem guardado, um roteiro que se desenvolve de maneira bem assustadora, atores inspirados conduzidos de maneira mágica pelo gênio Alfred Hitchcock e muito mais. Para mim, sua obra máxima.

A história é baseada em um livro de Robert Bloch e teve seu roteiro escrito por Joseph Stefano, sendo muito feliz na adaptação. Marion Crane é uma bela secretária de uma imobiliária. Certo dia, após seu patrão ter fechado um belo negócio e recebido 40.000 dólares em dinheiro, a loira dos olhos claros não resiste à tentação e rouba a quantia, a fim de conseguir viver com seu amante. Assim se tem início uma fuga da loira para que seu patrão e os outros não a capturem. Só que esse desenvolvimento não é como nos filmes atuais, cheio de perseguição, explosões e ação desenfreada, e sim é um minucioso desenvolvimento psicológico de Marion, onde você sente claramente tudo o que ela está sentindo, sejam pelas falas bem escritas ou pela perfeita direção de Hitch. As expressões de Janet falam por si só muitas das vezes.

O fato curioso é que, no meio da história, o filme troca de protagonistas. Marion deixa de importar para entrar em cena um dos personagens mais marcantes da história: Norman Bates (Anthony Perkins). Norman é dono de um motel de estrada deserto e cuida da mãe, que nunca o deixa se relacionar com outras mulheres, talvez pelo medo de perder o filho para uma moça qualquer. Só que o rapaz se importa, e muito, a ponto de fazer qualquer coisa para que a polícia não descubra um crime que sua mãe cometeu em um passado recente. É nessa parte que temos o brilhantismo e a profundidade do personagem trabalhado. Perkins convence a todo o momento, seu olhar cínico para os policiais, seu carisma, tudo faz com que nos identifiquemos com ele. E tudo contribui para a surpresa que o final do filme nos reserva.

O legal é que nenhum personagem do filme está lá gratuitamente, todos têm sua importância, mesmo que não seja de maneira tão clara. O amante, por exemplo, aparece só no início, mas no final ele retorna e tem uma importante participação no caso. O detetive dá um ponto de equilíbrio para o raciocínio dos personagens envolvidos na história. O policial que pára Marion serve para aprofundar ainda mais o estado psicótico dela. Enfim, nada é gratuito, nada é por acaso. Muito menos as cenas de suspense.

Psicose possui uma das cenas que considero dentre as três mais famosas da história do Cinema: o assassinato no chuveiro. A cena é perfeita. Desde o momento em que o assassino entra no banheiro até a parte final, em que a vítima fica com o rosto colado no chão, sem piscar, enquanto a câmera vai afastando de um lindo close, tudo funciona da maneira certa. Os cortes são usados de maneira rítmica. Ao mesmo tempo em que é desferida uma facada, há um corte. É uma dança de montagem, tudo perfeitamente acompanhado pelo clássico tema de Bernard Herrmann. Como curiosidade, o sangue que rola na cena, na verdade, é calda de chocolate, e os barulhos das facadas são, na verdade, facas sendo encravadas em melões. A ousadia também marca a cena: além de uma dublê nua em certos momentos (nada absurdo, tudo com a sutileza típica de Hitch), nesse filme é que foi pela primeira vez exibido um vaso sanitário nas telas, até então item proibido pela censura.

Outro fator curioso é que Psicose foi extremamente barato. Custou apenas 800.000 dólares e faturou mais de 40 milhões somente em bilheterias. Lógico, digo ‘apenas’ por causa dos padrões cinematográficos de orçamento, mas até para a época o custo foi baixo, mesmo se comparado a outros filmes anteriores de Hitch, como Um Corpo que Cai e Intriga Internacional, que custaram mais de 3 milhões de dólares cada. O custo foi muito bem utilizado, como o preço dos direitos autorais do livro (apenas 9 mil) e ter-se a participação de vários atores do show que Hitch tinha na TV. Orçamento não foi o motivo que levou o diretor a filmar em preto-e-branco, e sim porque ele achava que o filme ficaria sangrento demais à cores, o que acabou acontecendo com a recente refilmagem.

O tema criado por Bernard Herrmann já foi citado anteriormente, mas não é só da música que Psicose brilha na parte sonora. Claro, ela ajuda muito a manter o clima de tensão que quase sempre está presente, mas o som também é usado de maneira brilhante no aspecto narrativo. Além de criar totalmente um personagem, há momentos interessantíssimos que valem ser citados, como quando Maire está fugindo de carro. A imagem fica fixa no rosto da atriz, mas o som está em outro lugar, mais precisamente onde o chefe se encontra procurando a secretária em fuga. Ficamos vendo seu rosto, completamente alterado do estado normal, enquanto o som nos ambienta do que está acontecendo em outro lugar.

Recentemente, mais precisamente em 1998, o filme recebeu uma péssima refilmagem. Dirigida por Gus Van Sant (que não é um mau diretor), o remake peca em tudo o que pretendeu. Desde a personificação de Norman Bates, que aqui está caracterizado de uma forma que estrague tudo o que Hitch preservou em guardar segredo, Gus ainda usa exatamente todos os planos idênticos a versão de 1960. Ao invés de criar sua versão sobre o filme, ele apenas fez uma cópia barata, menor e dispensável. Transformou o clássico em um banho de sangue, além de estragar para muitas pessoas toda a surpresa que Hitch preservava em guardar (tanto que, em 1960, não era permitida entrar em uma sessão de Psicose após ela já ter tido início).

O filme também passou em branco na premiação do Oscar na época. Chegou a ser indicado para 4 estatuetas, de melhor diretor (prêmio nunca recebido pelo gênio em questão), atriz coadjuvante, fotografia e direção de arte. Nem a melhor filme chegou a ser indicado, uma das maiores injustiças das inúmeras que a Academia já cometeu. Pelo menos Janet recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Globo de Ouro do ano. Mas vamos deixar as dores de cotovelo de lado, pois o filme supera tudo isso.

Talvez a única falha de Psicose seja justamente o finalzinho do filme, o final mesmo, os últimos instantes, que o torna auto-explicativo demais, quando não era necessário e todas as cartas da manga já haviam sido reveladas. Tudo o que era necessário para a compreensão de tudo o que houve na trama já havia sido dito. Mas não é um defeito grave, é apenas uma cena gratuita para os que não acompanharam as resoluções dos acontecimentos, nada que atrapalhe o resultado final da obra.

Psicose é tudo isso e mais um pouco. Poderia escrever páginas e mais páginas me desmanchando em elogios ao filme, mas não conseguiria dizer o quanto o aprecio. É o thriller número 1 de todos os tempos no AFI, está entre os 25 mais votados no popular TOP 250 do site imdb, entre muitas outras importantes posições. É uma pedida indispensável para todos que curtem o bom cinema.

(por Rodrigo Cunha)

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