Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

sábado, 14 de maio de 2011

507. KES (1969)

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Desprezado na escola, ignorado pela mãe, indiferente à vida do filho, e apanhando do irmão mais velho, Billy Casper, um rapaz da classe operária de Yorkshire domestica e treina seu falcão, que ele chama de Kes.
Apoiado e encorajado pelo seu professor de inglês e por seus colegas, Billy finalmente encontra um propósito positivo para sua infeliz existência. Mas ele poderá mesmo superar a miséria de seu destino?

Premiações
Venceu o BAFTA em 1971 nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Colin Welland) e Melhor Ator Promissor (David Bradley), indicado ainda nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro.
Venceu o Globo de Cristal no Karlovy Vary International Film Festival, em 1970
Venceu o Writers' Guild of Great Britain, na categoria de melhor Roteiro, também em 1970.

Crítica
Ken Loach acaba de ganhar a Palma de Ouro em Cannes, em decisão que irritou e surpreendeu os detratores do cineasta, com The Wind That Shakes the Barley. De carona na polêmica, aproveitaremos para falar de Kes (Kes, 1969), que, para mim, trata-se de seu melhor filme até hoje.

Billy Casper vive com a mãe e o irmão. Pobres, classe operária inglesa. Família despedaçada, a mãe se interessa mais pelos amantes que possui do que pelos filhos, enquanto o irmão mais velho de Billy gasta tudo nas apostas de cavalos. O garoto é humilhado em casa, nas ruas, na escola, em todo lugar. O único amigo que encontro é o falcão que, desde filhote, cria no quintal de casa, ensinando-o.

A parte do falcão parece filme da Disney, mas estamos falando de Ken Loach, no auge do Free Cinema. E quando digo auge, estou realmente usando a palavra certa: Kes é a obra-prima do "movimento" ou, pelo menos, o filme reconhecido pelos próprios cineastas britânicos como o mais importante já realizado no país durante o pós-guerra.

É a opinião unânime de que compartilham Stephen Frears (e uma olhada em Minha Adorável Lavanderia e Coisas Belas e Sujas mostra bem a influência de Loach sobre ele), Alex Cox, Alan Parker e outros, na mesa-redonda que o primeiro, em seu documentário feito em comemoração dos 100 anos do cinema inglês - Tipicamente Britânico -, organiza. Depois de falarem sobre Hitchcock, Powell, Chaplin, Lean, etc., todos concordam que, dos anos 60 para cá, Ken Loach é o maior de todos e Kes, o melhor filme.

Loach, na verdade, surge na convergência entre cinema e televisão. Foi dos primeiros diretores que se aproveitaram do fenômeno. Começou dirigindo mistos entre documentários e ficções para a TV - para a BBC -, a respeito das condições de vida das classes baixas londrinas. Entre eles, o seminal Cathy Come Home, até hoje repetido à exaustão por quase todos (infelizmente, pelo próprio Loach também).

Em Cathy Come Home, Loach nos apresenta a busca de uma família jovem, recém-formada e desempregada por uma casa onde possa morar. Câmera na mão, locações, luz natural são os aspectos formais evidentes - mas não é mera repetição do neo-realismo italiano, assim como não estamos no domínio do cinema direto. Ken Loach não se limita a observar, como se lá não estivesse, a família que procura sua casa e as dificuldades internas do casal porque, de fato, tudo já aconteceu. O diretor está contando a história, encenando a realidade (aqui, faz-se necessário pensar, por exemplo, em Rithy Panh, que deve ter visto o filme).

Em Kes, temos sotaques carregados e quase incompreensíveis dos trabalhadores que ele filma, as ruas sujas e escuras dos subúrbios de Manchester (eu acho), as roupas rasgadas, os modos de andar e de se comportar. Toda uma camada social que aparece na tela, nos mínimos detalhes. Claro que hoje é bastante comum, quaase clichê, mas em 1969, quando Kes foi realizado, estava-se diante de uma verdadeira novidade, de uma inovação, que influenciou todos os cineastas britânicos que se seguiram.

Dramaticamente, Kes não foge do convencional. Melhor dizendo: não se espere, quem for assisti-lo, nenhum invenção narrativa por parte de Loach. Porque Kes, isso sim, é forte, quase insuportável na sua franqueza e brutalidade, que o cineasta jamais connseguiu repetir. A vida de Billy é um beco sem saída. Só que a exposição nua e crua da miséria da alma humana, no entanto, nem chega a gerar compaixão pelo garoto (ele não é exatamente alguém com quem se possa identificar), nem cria a indignação que nos faz bradar por um mundo melhor: ela perturba, cala fundo, promove o silêncio, como se não houvesse resposta possível.

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