Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

sexta-feira, 13 de maio de 2011

505. MACUNAÍMA (1969)

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Macunaíma é um filme brasileiro, de 1969, do gênero comédia, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, e baseado na obra homônima de Mário de Andrade. O roteiro foi escrito pelo próprio diretor; a trilha sonora é Jards Macalé, Orestes Barbosa, Silvio Caldas e Heitor Villa-Lobos.

Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de negro (Grande Otelo) virou branco (Paulo José). Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva.

Curiosidades
O filme permite muitas interpretações, com alusões ao desenvolvimentismo, ao tropicalismo e à luta armada que corria solta nos "Anos de Chumbo", sem perder a ligação com a obra literária na qual se baseia (escrita na primeira metade do século XX), com aparição de vários personagens do folclore brasileiro, tais como o Caipora.

Premiações
*Festival de Cinema de Mar del Plata, Argentina
Prêmio de Melhor Filme (Joaquim Pedro de Andrade)
*Festival de Cinema de Brasília, DF
Troféu Candango de Melhor Roteiro
Troféu Candango de Melhor Ator (Grande Otelo)
Troféu Candango de Melhor Ator Coadjuvante (Jardel Filho)
Troféu Candango de Melhor Cenografia
*Instituto Nacional de Cinema, Brasil
Prêmio Coruja de Ouro de Melhor Direção de Arte

Crítica
Em 1928, Mário de Andrade, tendo conhecido o estudo de Koch-Grünberg sobre folclore ameríndio, escreveu Macunaíma o herói sem nenhum caráter, quase que uma adaptação do conjunto de lendas populares compiladas pelo alemão – o autor mesmo considerava a obra uma rapsódia. Era uma época de transição, em que a geração dos modernos tentava se libertar do padrão europeu de cultura buscando resgatar o próprio da terra, de modo que fosse possível chegar até uma identidade nacional, uma brasilidade. 41 anos depois, Joaquim Pedro de Andrade adaptou a obra andradiana para o cinema e foi esse filme, Macunaíma, que hoje, mais de 30 anos passados, ficou em sétimo lugar entre os melhores do cinema nacional, segundo pesquisa feita aqui, por Contracampo. Mas o que é que Macunaíma tem que o mantém vivo através de todo esse período de tempo?

O cineasta considerava seu filme como um "comentário ao livro": ou seja, o que temos não é uma transposição simplesmente, mas notas, ponderações que visam uma interpretação; qualquer um que tenha lido Macunaíma... sabe muito bem, por exemplo, que a Uiara não o mata, mas que o herói acaba sobrevivendo ao ataque e virando constelação. E se essa está longe de ser a única mudança feita a partir da história original, talvez seja a mais significativa. Porque se, em virando a Ursa Maior, Macunaíma "...se aborreceu de tudo, foi-se embora e banza solitário no campo vasto do céu.", em sendo comido pela Uiara, lenda brasileira, o que se mostra é uma impossibilidade de vida para ele. É o Brasil quem come Macunaíma. Está-se em 1969, às beiras do movimento tropicalista; o que é filmar um herói colorido, festejado, cheio de paetês que acaba sendo devorado? É dizer contra o tropicalismo, que, nas palavras do diretor: "sempre foi completamente furada [a onda tropicalista] como movimento." Há, sim, um certo clima no filme que pode gerar uma identificação com o movimento, mas seu final é de absoluta interdição. Parece que o que existe ali é uma espécie de tentativa de diálogo com temas populares: a chanchada, por exemplo, permeia toda a narrativa, presente inclusive no elenco, figurinos e cenário. É um tipo de deboche, de ironia carregada de sentido mas sem lição.

Isso. Macunaíma é um filme sem lição, sem símbolos e modelos. É pura construção, do tipo que só aparece à medida que se vai construindo.. É sabido que Mário de Andrade escreveu dois prefácios para Macunaíma... mas que acabou publicando-o sem nenhum. Esses dois textos, porém, acabaram aparecendo mais tarde e, no segundo deles, está escrito, sobre a falta de caráter do herói, que ela é "...no duplo sentido de indivíduo sem caráter moral e sem característico." Aí está: o filme também o mostra assim e essa é a sua importância. Joaquim Pedro de Andrade atuou brilhantemente como rapsodo: Macunaíma não simboliza o povo brasileiro, mas é um brasileiro. E o Brasil é composto por brasileiros, que, como o herói, podem ter dificuldades para viver em seu país e podem também acabar devorados por ele.

O cineasta disse que "Macunaíma é um filme que encontra a América Latina em todos os sentidos, em uma busca nacional." Talvez, se juntarmos a isso mais uma coisa que Mário de Andrade disse, em seu segundo prefácio, possamos responder à questão posta lá em cima, aquela da manutenção do Macunaíma até hoje. Mário escreveu que "Nas épocas de transição social como a de agora é duro o compromisso com o que tem de vir e quase ninguém não sabe. Eu não sei. Não desejo a volta do passado e por isso já não posso tirar dele uma fábula normativa. (...) O presente é uma neblina vasta." Pode ser que a importância de Macunaíma resida nos problemas que ele põe para nós, brasileiros. À época da escritura de Macunaíma... o presente era uma neblina vasta; em 1969, quando o filme foi feito, também. Talvez o sétimo lugar obtido por ele em 2001 seja sintoma de uma intranqüilidade frente à neblina que envolve o nosso cinema atualmente.

Juliana Fausto - Contracampo

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