Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

sábado, 19 de fevereiro de 2011

499. O CONFORMISTA (1969)

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Marcello Clerici (Jean-Louis Trintignant) quer ser normal, igual a todo mundo. Esse desejo foi se transformando em obsessão ao longo de uma vida enfadonha e burguesa, a qual nos é apresentada por meio de flashbacks, extraídos da mente do protagonista no decorrer de uma misteriosa viagem de carro. Na realidade, Marcello é a efígie de uma geração narcotizada pelo fascismo de Mussolini, no fim dos anos 30. Contudo, isso não explica sua busca desenfreada pela normalidade. As lembranças, que vão sendo pouco a pouco reveladas, tentam esboçar o perfil psicológico do rapaz — perfil entremeado por uma sexualidade malresolvida, uma ideologia política resignada, uma ausência latente de fé e um ambiente familiar sem qualquer solidez.

Crítica
Provavelmente o mais bem-finalizado filme de Bernardo Bertolucci, O Conformista é muito mais do que uma alegoria política. O elenco adquire um tratamento de extrema frieza e decadência, algo tão comum na obra de diretores italianos do mesmo período (de Fellini a Pasolini), porém sem jamais abandonar o crível dos episódios descritos. Impregnado até os cabelos de elementos subliminares e metafóricos, o filme faz apelo para discussões filosóficas sobre o amadurecimento de um indivíduo em meio a uma sociedade reprimida pela ditadura. O protagonista esconde dentro de si uma angústia que o faz sofrer em silêncio desde a infância. Já crescido, segue não encontrando apoio ou exemplos positivos nos pais — a mãe é um fantasma dos tempos áureos da Itália pré-fascista, uma mulher que vive de aparências e artificialidades; o pai é uma figura doente e letárgica, aprisionada em um sanatório. Curiosamente, a concepção máxima de normalidade, para ele, é o matrimônio. Marcello então se casa com a rica e pouco inteligente Giulia (Stefania Sandrelli), apesar de não amá-la.

Adaptado do livro de Alberto Moravia, o roteiro (indicado ao Oscar) unifica uma série de detalhes numa composição cíclica: uma experiência homossexual na juventude é relatada após uma cena em que Marcello, já adulto e noivo de Giulia, se insere na Polícia Secreta do "Duce". Em seguida, vemos a proposição de uma tarefa arriscada: matar um dissidente que agora vive em Paris. O sujeito, no caso, é o Professor Quadri (Enzo Tarascio), com quem Marcello, aliás, teve aulas na época da faculdade. Acusado de subversão pelos "camisas negras", Quadri conseguiu escapar da execução na Itália. Exilado agora na França, ele aceita a visita do ex-aluno, ignorando por completo o trágico destino que o aguarda.

Antes de realizar aberrações pseudo-eróticas como O Último Tango em Paris ou Os Sonhadores, Bertolucci propôs aqui um trabalho de tensão sexual muito mais refinado. A bissexualidade dos personagens principais — Marcello e Anna (Dominique Sanda), a bela esposa do Professor Quadri — é somente sugerida, nunca escancarada ou explicada. Um seduz o outro por meio da frágil e inocente Giulia, habilmente convertida em objeto de fetiche nas mãos do cineasta. Um objeto e nada mais.

A perplexidade de Marcello em face à autoconfiança de todos os demais personagens é resumida em dois momentos específicos: no primeiro, ele conversa com o Professor Quadri acerca do Mito da Caverna, de Platão; no segundo, ele vira o centro de um redemoinho humano numa pista de dança. A queda do fascismo, em 1943, por sua vez, abala em definitivo o espírito do homem. É o acontecimento que o faz enxergar a realidade pela primeira vez. Até então, sua existência havia sido fundamentada sobre um palácio de mentiras e traições para si próprio. Ele nunca pôde fazer aquilo que, de fato, gostaria de fazer. Nunca pôde falar aquilo que realmente queria dizer. Tudo era conduzido de acordo com o que os outros — os “normais” — pensavam ou agiam. A revolta chega tarde demais. A histeria final, antecedendo uma falsa tranqüilidade (aquele olhar desesperado em direção à câmera), surge como uma tentativa de punir ou responsabilizar os demais pelo fato de nunca ter tido a coragem de tomar uma decisão. Daí o título da fita, Marcello sempre viveu em conformidade com o mundo. É um “covarde”, segundo Manganiello (Gastone Moschin), seu colega na missão.

Inquisidor, o filme é ainda tecnicamente impecável. A fotografia de Vittorio Storaro manipula os contrastes das cores frias e quentes — sobretudo com a utilização bem-dosada dos azuis e alaranjados — em diversos planos angulosos. A música de Georges Delerue é nostálgica e imponente desde os créditos iniciais, uma notável inspiração para a trilha da série Poderoso Chefão, iniciada dois anos depois. Bertolucci, decerto, não entra no rol de meus cineastas preferidos, mas posso garantir que seu Conformista permanece entre os grandes longas da década de 70.

por Pierre Willemin - Em Cinema-Filia

Premiações
*Festival de Berlim 1970 (Alemanha)
-Ganhou os prêmios Especial dos Jornalistas e Interfilm - Recomendação.
-Indicado ao Urso de Ouro (melhor filme).
*Prêmio David di Donatello 1971 (Itália)
-Venceu na categoria de melhor filme.
*Oscar 1972 (EUA)
-Indicado na categoria de melhor roteiro daptado.
*Globo de Ouro 1972 (EUA)
-Indicado na categoria de mehor filme estrangeiro.
*Prêmio da Associação Nacional dos Críticos de Cinema 1972 (EUA)
-Venceu nas categorias de melhor diretor e melhor fotografia (Vittorio Storaro).

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