Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

sexta-feira, 15 de julho de 2011

518. PERFORMANCE (1970)

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Um gangster (James Fox) jurado de morte por seus parceiros se refugia na mansão de um rockstar decadente (Mick Jagger), junto com duas garotas andróginas (Anita Pallenberg e Michelle Breton). Ele tem seus sentidos testados por um coquetel de drogas e perversão. Ao mesmo tempo, há o choque entre os mundos do gangster e do roqueiro, com suas diferenças. Tudo isso ao som dos blues furiosos de Ry Cooder e Jack Nietzche, culminando na famosíssima cena em que Mick Jagger canta "Memo From Tuner" para Fox.

Crítica
Performance é um raro filme underground bancado por um grande estúdio (a Warner), que esperava uma obra paz e amor divertida como os filmes dos Beatles, mas que depois de pronto sempre o teve na conta de uma obra maldita, com mais problemas do que compensações (dois anos engavetado, sucessivas remontagens e mutilações, censura e proibição em diversos países, classificação pornô nos Estados Unidos, etc). E também é desafiador em sua essência, na própria estrutura, pois são dois filmes dentro de um só. Mas vale ressaltar que são dois filmes muito bons mesmo. A confusão já se anuncia desde a cena de abertura, que vai intercalando o vôo de um foguete, um carro em alta velocidade e um casal transando com voracidade. Desde ai Performance anuncia que não veio para explicar, mas para confundir.

A primeira metade é um violentíssimo filme de gângster, com um deles (Chas, James Foxx) jurado de morte e tratando de se safar de seus comparsas para abandonar o mundo do crime. Uma sinopse igual a diversos outros filmes policiais, mas em Performance o buraco é bem mais embaixo. Se já não bastasse o realismo de paredes borradas de sangue, espancamentos, agressões, torturas, tiros e truculência que remetem mais a um Cães de Aluguel do que propriamente aos filmes que eram realizados naquele período, Performance abusa de cortes bruscos, flashbacks, justaposições de tempo e de espaço em detrimento de uma estrutura mais linear, fatores que contribuem para torná-lo (de acordo com muitos críticos) o melhor filme de gângster do cinema inglês.

Mas o filme é claramente dividido em duas partes, e antes de chegar à metade, ocorre uma guinada repentina na narrativa, quando Chas por vias completamente tortas se refugia na mansão de um roqueiro recluso e decadente (Mick Jagger), que busca recuperar seu talento e sucesso. A narrativa policial é definitivamente abandonada para contar a metamorfose que culmina no ponto alto do filme, com Jagger cantando “Memo from Turner” para Chas, após uma jornada regada por orgias e consumo de drogas, acompanhados das concubinas do roqueiro: Pherbe (interpretada pela modelo Anita Pallenberg), uma partner loura, gostosa e esperta, e Lucy (a francesa Michele Breton), adolescente, andrógena e calada, que mais parece um menino.

Ao mesmo tempo em que há um choque entre o estilo de vida ao qual o gângster estava habituado em contraste e confronto com o habitat em que vive o roqueiro, o primeiro fica completamente perturbado pelo comportamento lascivo do segundo. O convívio faz crescer o fascínio de Chas ao ponto de sua personalidade esvair-se, literalmente sugada pelo roqueiro. Inspirado em “Desespero”, de Vladimir Nabokov, o roteiro tem toques borgeanos confessos em torno de conceitos como crises de masculinidade e identidades que se esfarelam em um quebra-cabeça quase labiríntico. Na época do lançamento, a relação dos personagens chegou a ser comparada por alguns como uma versão masculina de Persona situada na Londres dos anos 60.

Por outro lado, Performance marcou a estréia na direção de dois profissionais que já atuavam em outras áreas no cinema: o roteirista Donald Cammell (responsável sobretudo pelas idéias de Performance) e o já consagrado como fotógrafo Nicolas Roeg (que seria decisivo no tratamento de imagens no filme). Uma rara parceria na direção que rendeu um grande fruto, a dupla dirige Performance com o entusiasmo dos que experimentam pela primeira vez sem medo de arriscar ou perder reputação. Roeg dirigiria mais alguns grandes filmes nas duas décadas seguintes, para depois desaparecer quase sem deixar vestígios. O caso de Cammell foi bem mais dramático. Demorou sete anos para lançar um segundo filme (o curioso e interessante Geração Proteus, com Julie Christie), mas não conseguiu tocar a carreira de diretor, suicidando-se já sexagenário nos anos noventa, pouco depois de seu último filme ser arrancado de suas mãos e remontado pelo produtor (o polêmico Wild Side, mais famoso pela cena de lesbianismo entre Anne Heche e Joan Chen). O ponto alto na carreira de cada um de seus diretores é mesmo Performance. É de dar nó no cérebro, merecendo ser conferido mais de uma vez, mas sempre muito, muito prazeroso de se ver e reassistir.

por Vlademir Lazo em Cineplayers

Premiações
Indicado ao BAFTA de melhor edição em 1972.

Curiosidades
-Contribui para o mito a própria história do diretor escocês Donald Cammell (1934-96), que era pintor famoso e filho de milionário falido. Ele estreou no cinema com "Performance", que é co-assinado pelo fotógrafo Nicolas Roeg, encarregado da parte técnica e que faria longa carreira. Cammell também dirigiu "Geração Proteus" (1977), ficção cientifica com Julie Christie, "O Maníaco do Olho Branco" (1987) e "Nas Garras do Crime" (1995). Matou-se com um tiro de espingarda depois que os produtores refizeram a montagem de seu último filme.
-O impacto de "Performance" no ator James Fox foi tão forte que logo depois ele largou o cinema durante oito anos para ser pregador religioso.
-Foi proibido no Brasil pela sensura da época.

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