Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

terça-feira, 29 de junho de 2010

372. LOLA, A FLOR PROIBIDA (1961)

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Em Nantes, na França, um jovem rapaz, Roland, reencontra Lola sua amiga de infância, agora uma dançarina de cabaret. Ela também é mãe solteira e tem esperança que o pai da criança, que a abandonou durante a gravidez, retorne. Roland se apaixona por Lola e finalmente encontra um sentido para a a vida.

Premiações
Indicado ao BAFTA em 2 categorias, Melhor Atriz (Anouk Aimée) e Melhor Filme

Curiosidade
Primeiro longa de Jacques Demy, seguido por Os Guarda-Chuvas do Amor e Duas Garotas Românticas.

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Lola.(1961).B&W.DVDRip.XviD-TheWretched.avi

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371. A FACE OCULTA (1961)

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Kid Rio (Marlon Brando) e Dad Longworth (Karl Malden) são dois grandes assaltantes de bancos. Durante um assalto a um banco no México, eles acabam se confrontando com a polà­cia local. Se aproveitando do tumulto criado, Dad foge com o ouro roubado e abandona Rio na cena do crime, sendo este preso e condenado à prisão. Na prisão, Rio passa anos planejando sua fuga e vingança ao ex-parceiro traidor, mas descobrirá que não será tão fácil realizar tal proeza uma vez que seu amor por uma jovem estará em jogo. Para este grande western, Stanley Kubrick foi escolhido para direção, mas Marlon Brando logo em seguida assumiu o cargo, tornando-se o primeiro e único filme sob sua direção.

Crítica
Em seu primeiro e último trabalho como diretor de longas, o outrora astro e galã Marlon Brando entrega um western rico em detalhes e poderoso em seu misticismo. A Face Oculta é um faroeste diferenciado, e isso vai ficando claro para o espectador a cada tomada do longa-metragem. O que evidencia isso é a própria composição dos personagens, especialmente a do próprio Brando, que realiza um trabalho de primeiro nível, com suspense elegante e psicologia apurada. Além do mais, as interpretações vigorosas deixam o filme ainda mais interessante. A Face Oculta não é só poeira e pistolas, há muito mais nas entranhas deste filme magnífico.

Inicialmente, A Face Oculta seria dirigido por ninguém menos que Stanley Kubrick, mas problemas de pré-produção impediram que o diretor que, anos depois, faria Laranja Mecânica sentasse na cadeira de diretor aqui. Para o bem, Marlon Brando foi um gigante atrás das câmeras e construiu um filme apaixonado, onde a busca pelo êxtase e pelo prazer da vingança faz um homem chegar ao limite da irracionalidade. Via de regra, o diretor carrega tudo com tanta categoria e se mostra tão concentrado em seu foco narrativo que não percebemos que estamos torcendo pela vitória de um bandido contra outro bandido. Brando brinca com o espectador. Ao longo da metragem o espectador poderá acompanhar a história de Rio (Brando) e Dad Longworth (Karl Malden), dois assaltantes que roubam um banco no México. O cowboy Dad, vendo a oportunidade de fugir e ficar com todo o ouro do bem-sucedido assalto, abandona Rio na hora fuga.

Anos depois Rio escapa da prisão e começa sua busca incessante por vingança. Rio só não contava que o ex-companheiro havia se tornado xerife na Califórina. Enquanto isso, Dad sempre temeu pelo retorno do amigo. Dad, na verdade, sabia que Rio voltaria para acertar as contas do passado, apagar as cicatrizes deixadas pela amizade corriqueira mantida por eles. E Dad tinha certeza que não enfrentaria qualquer um. Elaborando uma trama complexa e instigante, Marlon Brando realizou um filme completo, com escopo de causar inveja nos grandes realizadores do gênero. Uma trama que jamais deixa de acreditar no próprio potencial e investiga o comportamento de um homem que carrega consigo ética e respeito de maneira brilhante. O resto ele resolve na bala.

Mesmo inexperiente atrás das câmeras (o diretor gastou quase seis vezes a mais em rolos de película do que o “normal” em filmes com esta duração), Brando conduziu sua obra-prima com tanta eficiência que parece já ter feito aquilo muitas vezes. Apinhando a narrativa com diálogos pausados – mostrando que no velho oeste nunca se deve falar o que não sabe para não amanhecer com a cabeça enfiada na terra – e moldando seu personagem de forma impecável, Brando realizou um filme atemporal, que se foi com o tempo, mas que fica na memória de quem o assiste.

A concepção visual de A Face Oculta nunca é menos que perfeita. Quando o diretor de fotografia Charles Lang começa a compor seus primeiros quadros e screenshots sob grandes paisagens panorâmicas, retratados secamente, o filme se deixa criar um contraste interessante com a história de vingança que move a trama central. Aliás, Marlon Brando e Karl Malden fizeram outra dobradinha, já que os dois trabalharam juntos outras duas vezes em duas obras-primas de Elia Kazan, em Uma Rua Chamada Pecado (filme que deu o Oscar de coadjuvante para Malden) e Sindicado dos Ladrões (aqui foi a vez de Brando levar a estatueta).

Como se não bastasse, Brando dirigiu pelo menos uma cena que não sai da cabeça do espectador. Quando Rio é amarrado, com a mão quebrada pelo ex-companheiro do crime, chicoteado, enquanto uma pequena platéia assiste tudo extasiada, como se aquilo fosse algo a se sentir orgulho, é uma cena genial, uma aula de condução de câmera, ângulo e enquadramento. Além disso, a expressão de Rio é um paradoxo infinito. Ao passo que mostra-se imbatível, com olhar de desdém e autoritário, deixa transparecer uma fraqueza por detrás daquela camada de brutalidade e força. Isso só os grandes atores são capazes de realizar.

Para quem queria mais, Brando encerra o filme de maneira espetacular. O clímax, aliás, é perfeito. A forma como a narrativa caminhou durante toda a metragem faz todo sentido no final ambíguo. Na verdade, mais que isso, é impecável. O realismo bate na tela com força, dizendo que não há como escapar do destino. Um final metaforizado. Um final simples e real. Um final perfeito. Uma obra-prima!

Pedro Henrique - Tudo[é]Crítica

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One-Eyed.Jacks.(1961).(Dual.SPA.ENG).DVDRip.DivX5.cd1.avi
One-Eyed.Jacks.(1961).(Dual.SPA.ENG).DVDRip.DivX5.cd2.avi

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

369. ANO PASSADO EM MARIENBAD (1961)

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L'année dernière à Marienbad - Num luxuoso e enorme palácio, transformado em hotel, entre corredores, salões decorados e estátuas, um estranho tenta convencer uma mulher casada a fugirem juntos. Ele diz conhecê-la. Diz que foram amantes. Entretanto, parece difícil fazê-la lembrar de que tiveram um caso (ou que não tiveram) no ano passado, em Marienbad.

Crítica
Sim, é uma história de amor. Sim, ambientada em um belo hotel. E, sim, envolvendo um intrigante triângulo amoroso. Os ingredientes podem até parecer romanescos demais. Porém, tratando-se de Alain Resnais, é um cinema muito diferente do que se costuma ver por aí.

A história gira em torno de um sujeito, X, obcecado por uma bela mulher, A, acompanhada por um frio e misterioso homem. Todos hospedados em um luxuoso e suntuoso hotel em Marienbad. Segundo X, os dois já haviam se encontrado anteioromente, há um ano. Ela diz não se lembrar, enquanto ele tenta convencê-la a largar tudo e fugir para viverem juntos. O que se segue é um jogo de sedução onde memória e lirismo se fundem. Testemunha-se, por entre os corredores retos e intermináveis do hotel, a incapacidade de concretização do desejo entre A e X, bem como a distância de um e do outro em um alfabeto.


A arquitetura clássica, quase barroca, do hotel se mistura perfeitamente ao roteiro, tornando-se praticamente um personagem. Espelhos, estátuas, objetos de decoração e um gigantesco jardim servem de moldura para enquadramentos requintados e angulosos, deixando o filme com uma aura de obra de arte. O simbolismo e as comparações com Bergman, inevitavelmente, se tornam muito fortes. A fotografia p&b chega a brilhar de tão bem cuidada. É cinema de luxo, de arte, na mais pura acepção da palavra.

O tempo narrativo é longo, quase estático. Uma locução repetitiva e monocórdica pontua com perfeição a frieza na maneira como uma paixão fugaz é contada por Resnais. As atuações são teatrais, com a valorização da expressão corporal de todos os atores - principalmente do casal protagonista.

Mais do que um filme, uma verdadeira obra de arte.

Fonte

Premiações
Festival de Veneza - Vencedor do Leão de Ouro - Melhor Filme
Festival de Cannes - Seleção Oficial
Academia de Cinema Americana (Oscar) - Indicado a Melhor Roteiro Original
Academia de Cinema Britanica (Bafta) - Indicado a Melhor Filme Estrangeiro
Prêmio dos Críticos Franceses - Melhor Filme
Hugo Awards - Indicado a Melhor Filme Dramático

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

368. CLAMOR DO SEXO (1961)

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A história de amor entre dois jovens do interior do Kansas. Wilma Dean Loomis (Natalie Wood), Deanie, é uma jovem bonita e sensível, apaixonada pelo namorado Bud Stamper (Warren Beatty). Mas o jovem vai estudar em Yale, durante quatro anos. Pressionado pelo pai, o rapaz deixa Deanie para encontrar outro tipo de garota, que corresponda mais as suas necessidades sexuais. A quebra da Bolsa em 1929 e as mudanças na vida das duas famílias farão com que os jovens aprendam lições duras e tristes da vida e do amor.

Premiações
*Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Roteiro Original

Indicações
*Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Atriz (Natalie Wood)
*Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra
Prêmio de Melhor Atriz Estrangeira (Natalie Wood)
*Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Filme - Drama
Prêmio de Melhor Ator em um Drama (Warren Beatty)
Prêmio de Melhor Atriz em um Drama (Natalie Wood)

Curiosidades
-O roteirista William Inge levou o Oscar - também é dele o enredo do grande Férias de Amor (1955).
-Além de Beatty, outra estréia foi de Sandy Dennis (Quem Tem Medo de Virgínia Woof?).
-Loden (que faz a irmã do rapaz) era casada com o diretor.

Crítica
Este é um dos mais vigorosos e sensíveis dramas românticos do cinema americano, Clamor do Sexo. Este pequeno clássico cruelmente poético causou escândalo na época por seu tratamento anti-puritano do amor adolescente. Não é surpresa que ainda hoje, em tempos supostamente esclarecidos, toque fundo em questões essenciais na educação social e familiar como liberdade de escolha, independência e repressão emocional. Um dos criadores do Actor’s Studio, o diretor Elia Kazan - de Sindicato de Ladrões (1954, com Marlon Brando) e Vidas Amargas (1955, com James Dean) - foi um mestre em empurrar seus atores para além de suas limitações, como aqui acontece com os jovens Warren Beatty e Natalie Wood. Kazan imprime segurança e sensibilidade nesse trabalho, extraindo minúcias expressivas que constroem um impressionante envolvimento dramático entre os personagens e, em especial, entre o jovem casal interpretado pela doce Natalie (que merecia ganhar o Oscar a que concorreu) e Beatty (estreando no cinema em grande estilo).

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

367. SPARTACUS (1960)

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Spartacus (Kirk Douglas), um homem que nasceu escravo, labuta para o Império Romano enquanto sonha com o fim da escravidão. Ele, por sua vez, não tem muito com o que sonhar, pois foi condenado à morte por morder um guarda em uma mina na Là­bia. Mas seu destino foi mudado por um lanista (negociante e treinador de gladiadores), que o comprou para ser treinado nas artes de combate e se tornar um gladiador. Até que um dia, dois poderosos patrà­cios chegam de Roma, um com a esposa e o outro com a noiva. As mulheres pedem para serem entretidas com dois combates até à morte e Spartacus é escolhido para enfrentar um gladiador negro, que vence a luta mas se recusa a matar seu opositor, atirando seu tridente contra a tribuna onde estavam os romanos. Este nobre gesto custa a vida do gladiador negro e enfurece Spartacus de tal maneira que ele acaba liderando uma revolta de escravos, que atinge metade da Itália. Inicialmente as legiões romanas subestimaram seus adversários e foram todas massacradas, por homens que não queriam nada de Roma, além de sua própria liberdade. Até que, quando o Senado Romano toma consciência da gravidade da situação, decide reagir com todo o seu poderio militar.

Premiações
*Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Fotografia
Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Peter Ustinov)
Oscar de Melhor Direção de Arte
Oscar de Melhor Figurino
*Prêmios Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Filme - Drama

Indicações

*Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Edição
Oscar de Melhor Trilha Sonora
*Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra
Prêmio de Melhor Filme
*Prêmios Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Direção (Stanley Kubrick)
Prêmio de Melhor Trilha Sonora Original
Prêmio de Melhor Ator em um Drama (Laurence Olivier)
Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (Peter Ustinov e Woody Strode)

Curiosidades
- Além de estrelar Spartacus , o ator Kirk Douglas foi também produtor executivo do filme.
- Em 1991 foi lançada uma versão restaurada de Spartacus , que continha 13 minutos a mais que o original. Nesta nova versão, o ator Anthony Hopkins dublou a voz de Laurence Olivier na cena de banho entre seu personagem, Crassus, e Antoninus (Tony Curtis).
- Inicialmente, o filme seria dirigido por Anthony Mann, que inclusive dirigiu a cena inicial do filme. Entretanto, desentendimentos com os produtores fizeram com que ele se afastasse do projeto e Stanley Kubrick assumisse seu lugar.
- O som da multidão gritando "Spartacus! Spartacus!" foi na verdade gravado durante uma partida de futebol americano no Spartan Stadium, sede do time da Universidade de Michigan.
- Mais de 8500 extras foram utilizados nas cenas de batalha entre o exército romano e a rebelião liderada por Spartacus.
- Refilmado para a TV como Spartacus (2004).

RELEASE by.constantini

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Spartacus.(1960).(Dual.PTBR.ENG).WS.DVDRip.AC3.XviD.Parte.1-by.costantini.avi [1.75 Gb]
Spartacus.(1960).(Dual.PTBR.ENG).WS.DVDRip.AC3.XviD.Parte.2-by.costantini.avi [1.37 Gb]

Legenda (ptbr e eng)
Spartacus.(1960).(Dual.PTBR.ENG).WS.DVDRip.AC3.XviD.Parte.1.e.Parte.2-by.costantini.ptbr.en.srt
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RELEASE CaLLiOpeD

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Spartacus.50th.Anv.Edt.(1960).BDRip.XviD.AC3-CaLLiOpeD.avi [3.73 Gb]

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Spartacus.50th.Anv.Edt.(1960).BDRip.XviD.AC3-CaLLiOpeD.ptbr.en.srt
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quinta-feira, 17 de junho de 2010

366. SE MEU APARTAMENTO FALASSE (1960)

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Um funcionário ambicioso (Jack Lemmon) descobre um atalho para subir na companhia em que trabalha: ceder seu apartamento para os encontros amorosos de seus superiores na empresa. A tática inicialmente dá certo, mas passa a ser ameaçada quando ele se apaixona pela amante de seu chefe.

Premiações
- Ganhou 5 Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Arte - Preto e Branco e Melhor Edição. Foi ainda indicado em outras 5 categorias: Melhor Ator (Jack Lemmon), Melhor Atriz (Shirley MacLaine), Melhor Ator Coadjuvante (Jack Kruschen), Melhor Fotografia - Preto e Branco e Melhor Som.
- Ganhou 3 Globos de Ouro: Melhor Filme - Comédia/Musical, Melhor Ator - Comédia/Musical (Jack Lemmon) e Melhor Atriz - Comédia/Musical (Shirley MacLaine).
- Ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza.

Crítica
Bom cinema é muito mais do que a simples soma de palavras e imagens. Os melhores filmes funcionam como passes de mágica. Nestas produções, não é raro que a soma de 2 mais 2 dê 5, ou mais. Os melhores diretores são aqueles que aplicam a teoria básica da montagem de Eisenstein (o significado é construído a partir do choque de duas tomadas) em um nível mais profundo. Você soma diálogos, música, fotografia, direção de arte, atuações para conseguir um significado que dois ou três destes elementos, sozinhos, não dariam conta. Um dos diretores que mais fez filmes neste nível superior foi o austríaco Billy Wilder. “Se Meu Apartamento Falasse” (The Apartment, EUA, 1960), uma das comédias românticas mais brilhantes de todos os tempos, é um deles.

A idéia que está na base de “Se Meu Apartamento Falasse” começou a germinar na cabeça de Billy Wilder quase vinte anos antes, em 1946. O diretor austríaco roubou-a de um filme de David Lean chamado “Desencanto”, que ele viu no mesmo ano. O filme tematizava o affair proibido de um homem e uma mulher, ambos casados com outras pessoas. Para se encontrar, eles usavam o apartamento de um amigo, um sujeito que aparece em apenas duas cenas. Na cabeça de Wilder, este personagem quase invisível tinha uma história mais interessante do que a do casal. Podia virar um protagonista.

No entanto, Wilder não era bobo. Ele sabia que naquela época o sistema de censura existente em Hollywood jamais permitiria um filme cuja trama tinha como base geográfica um apartamento usado para encontros sexuais proibidos. Anotou-a para o futuro. Esperou até 1959, quando a ocasião propícia finalmente apareceu. Na época, vários fatores pareciam convergir em favor do projeto: Wilder se tornara um dos diretores mais respeitados do mundo; a mentalidade das pessoas estava mudando e as noções de infidelidade e sexo fora do casamento eram muito mais naturais; e a censura em Hollywood enfraquecia a olhos vistos.

Para completar, o diretor acabara de encontrar o ator perfeito para o personagem: Jack Lemmon. Junto com o roteirista parceiro I.A.L. Diamond, Wilder desenvolveu o enredo de modo bem diferente de uma comédia romântica clássica, mas de forma que o filme pudesse aproveitar todo o potencial cômico do ator. É uma história simples, calcada em uma situação curiosa: uma das centenas de funcionários anônimos de uma mega-seguradora, C.C. Baxter (Lemmon), empresta seu apartamento em Nova York para que os superiores hierárquicos, como o chefão Sheldrake (Fred MacMurray), possam se encontrar com as amantes, enquanto ele mesmo é obrigado a passar quase todas as noites no frio da calçada, esperando para voltar para casa.

O grande segredo da excelência de “Se Meu Apartamento Falasse” foi o cuidado com que o diretor austríaco construiu os dois personagens principais – além de Baxter, há a ascensorista Fran Kubelick (Shirley MacLaine), que é o interesse romântico do protagonista na história. O cineasta recusou os estereótipos das comédias de costumes tradicionais, onde os protagonistas normalmente têm os perfis situados em situações-limite. Ou seja, em geral os personagens principais de tais filmes são pessoas puras e ingênuas, ou são canalhas a caminho de uma inevitável redenção. Aqui, porém, não há nada disso. Wilder não gosta de pretos e brancos; prefere explorar a área cinzenta e muitas vezes indefinível que fica no meio.

Baxter e Fran são jovens, mas já conhecem os caminhos traiçoeiros da vida. Já levaram muitas sarrafadas do destino e se acostumaram à derrota. Mantêm uma ponta de esperança, sim, mas sem fazer devaneios impossíveis. São dois seres resignados. “Este filme não é sobre como a vida é bela. É sobre como a vida é”, costumava dizer Wilder. Com este conceito em mente, os roteiristas criaram um protagonista rico, complexo, tridimensional, cheio de camadas. Um homem de carne e osso, alguém cuja existência extrapola os limites retangulares de uma tela de cinema.

Seria fácil transformar Baxter em um personagem artificial e unidimensional, uma marionete do diretor, calcada nos clichês do gênero. Ele poderia ser um homem simplório manipulado por gente mais esperta, ou um espertalhão ambicioso que empresta o apartamento aos chefes apenas com a intenção de galgar a hierarquia da empresa. Mas Baxter é ambos, ou melhor, transcende as duas coisas. É um rapaz meio tímido, esforçado no trabalho, à procura de uma chance na vida, e incapaz de dizer “não”. De fato, o roteiro do filme é tão bom que Baxter, quando se vê preso na armadilha do apartamento, desenvolve uma tortuosa linha de raciocínio sobre ser um parasita social. Ele acredita mesmo nisso. Mas a gente sabe que não é verdade. Baxter não passa de um homem comum, alguém que se meteu inadvertidamente em uma situação complicada e não consegue sair dela.

As qualidades impecáveis de Wilder como diretor se manifestam não apenas na construção dos dois personagens inesquecíveis, mas nos outros departamentos. A direção de arte é um excelente exemplo. Observe como o apartamento citado no título parece apertado, sufocante, um peso que o personagem carrega nos ombros; para conseguir este efeito, Wilder mandou o responsável pelo setor, Alexander Trauner, retirar a cor branca dos cenários, de forma a suprimir os espaços vazios e acentuar essa impressão claustrofóbica.

Outro exemplo é a maravilhosa tomada em que Baxter some atrás de uma verdadeira multidão de escrivaninhas, todas idênticas, no espaçoso salão em que os vendedores de seguro, como ele, se acotovelam para trabalhar. A câmera inicialmente mostra apenas o nosso herói, mas aos poucos vai se afastando até revelar a imensidão do escritório – Baxter senta na escrivaninha número 831. Esta tomada mostra como é importante que o movimento da câmera seja planejado não de forma gratuita, mas em função da história. Da forma como a cena foi filmada, Wilder comunica ao público exatamente que tipo de homem é Baxter: um reles funcionário sem importância, um pequeno parafuso numa enorme engrenagem. Um zero à esquerda. Um de nós, enfim.

Quer mais um exemplo? Então confira a antológica seqüência em que Baxter utiliza uma raquete de tênis para escorrer o espaguete, ao cozinhar para a mulher amada. Duas coisas diferentes são comunicadas ao mesmo tempo: o fato de que Baxter é um solteiro bagunçado (caso contrário, certamente teria um escorredor) e, também, que possui um charme espontâneo impossível de ignorar (o ato de cozinhar para uma mulher é sempre simpático). Portanto, a mesma cena estabelece duas características importantes do personagem, e de quebra consegue sacramentar um inspirado e refinado momento cômico.

Se C.C. Baxter é responsável pela maior parte dos bons momentos cômicos, Fran Kubelick é uma personagem dramática por excelência. Ascensorista cobiçada por todos os homens da empresa, ela parece ser a garota dos sonhos de Baxter: linda, simpática, inteligente, não sai com qualquer um. O filme vai revelando aos poucos os detalhes da vida de Fran, até que descobrimos que ela não é o que parece; é na verdade uma mulher presa a uma paixão devastadora, uma paixão da qual não consegue se livrar. Ela sabe que o namoro é um beco sem saída e tem consciência de que deveria seguir em frente, mas simplesmente não consegue – e todos nós já vivemos, ou conhecemos alguém que viveu, uma situação assim, não é mesmo?

Para completar, a escalação do elenco é perfeita, do começo ao fim. Jack Lemmon é tudo o que Jim Carrey gostaria de ser, um ator dramático intenso com timing cômico perfeito. Shirley MacLaine, além de linda, possui um rosto angelical, que exala inocência, o que se revela fundamental para despertar um choque no público, quando passamos a conhecer o atormentado passado dela. Por fim, a cereja no topo do bolo: Fred MacMurray como o chefão Sheldrake, um canalha egoísta, fazendo uma sutil alusão ao papel que o ator interpretou em “Pacto de Sangue” (1944), do mesmo Wilder – Sheldrake seria exatamente o homem que o protagonista do clássico noir teria se tornado, caso não houvesse entrado no mundo do crime, duas décadas antes.

A união de tudo isso resulta em um filme perfeito, romântico de pé no chão, um filme perfeito para casais que, no entanto, jamais abdica de ter um pé da realidade dura e fria (neste caso, considerando o inverno da Nova York mostrada em cena, literalmente). As escolhas estéticas do diretor aperfeiçoam e dão consistência extra ao que realmente importa: uma galeria de personagens maravilhosa, gente de carne e osso, com quem a gente se importa mesmo depois de terminada a projeção.

Tanto isto é verdade que, até o fim da vida, Billy Wilder teve que responder a uma pergunta recorrente dos admiradores: o que ocorreu com Baxter e Fran depois da sensacional frase “cale a boca e dê as cartas”, que encerra a produção? A resposta de Wilder revela o diretor sensacional que ele era: quando escreveu o filme, o diretor pensava que dois personagens tão pobres e sem imaginação não conseguiriam viver juntos por muito tempo; ao terminar de filmar, não tinha mais certeza. Os dois haviam adquirido vida própria.

Por Rodrigo Carreiro (Cine Repórter)

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The.Apartment.(1960).DVDRip.DivX3LM.avi

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The.Apartment.(1960).DVDRip.DivX3LM.ptbr.srt
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365. A TORTURA DO MEDO (1960)

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Quando estreou na Inglaterra, em 1960, Peeping Tom foi, de imediato, denegrido pela crítica e alvo de severas condenações por parte do público. As reações foram tão hostis que o distribuidor retirou o filme das salas ao fim de apenas uma semana de exibição e a carreira de Michael Powell sofreu um forte revés. O autor de obras tão estimadas como The Thief of Bagdad (1940), Black Narcissus (1946) ou Red Shoes (1948), foi ostracizado pela indústria cinematográfica, realizando apenas mais três filmes nos trinta anos que se seguiram, até à sua morte, em 19 de Fevereiro de 1990.

Muitas das reações negativas que o filme despertou relacionam-se, por um lado, com o fato de Powell traçar um retrato de um pervertido sexual que, apesar de cometer as mais terríveis atrocidades, revela uma enorme vulnerabilidade a ponto de inspirar no público sentimentos de pena e simpatia e, por outro, com a insinuação sutil de que o espectador é, também ele, um voyeur e, de certa maneira, um cúmplice da sua crueldade assassina.

Com Peeping Tom, Powell e o argumentista Leo Marks criaram uma das mais perturbadoras e inquietantes explorações psicológicas e visuais de uma obsessão sádica pelo medo vivida por um assassino psicopata. O protagonista do filme é Mark Lewis , um fotógrafo e operador de câmara que leva uma vida discreta e aparentemente normal mas que esconde, no seu íntimo, um terrível segredo: na penumbra sombria do seu quarto dedica-se ao visionamento das imagens que capta dos últimos momentos de vida das mulheres que matou.

Crítica
Do you know what the most frightening thing in the world is…? É a pergunta essencial em torno da qual se constrói um dos mais desprezados e vilificados filmes da história do cinema britânico, Peeping Tom, que destruiu a carreira do realizador Michael Powell.

É difícil de acreditar nestes tempos em que a sociedade é completamente submersa em voyeurismo a uma escala sem precedentes que um dos mais laureados realizadores britânicos da idade de ouro do cinema clássico tenha sido totalmente crucificado pela crítica porque se atreveu a criar o que era visto como uma aberração na altura (1960), sendo forçado a pôr um fim à sua gloriosa carreira de cineasta.

Michael Powell é talvez mais conhecido pela sua associação a Emerich Pressburger, a lendária colaboração que originou alguns do melhores filmes das décadas 40 e 50, como A Matter of Life and Death, The Red Shoes, Black Narcissus, The Life and Death of Colonel Blimp, Tales of Hoffman.

Todos nós já vimos pelo menos um filme da dupla Powell & Pressburger, mesmo que os nomes não sejam familiares. A criatividade de ambos tornou-se icónica e hoje muitos dos seus filmes são clássicos bem amados que expressaram a admiração de Powell & Pressburger por arte e literatura, bem como o compromisso que assumiram perante a realidade da vida.

Para compreender Peeping Tom é necessário compreender como é uma criação muito à frente do seu tempo. Do lado americano, a década de 60 iniciou-se com dificuldades financeiras para os grandes estúdios e os primeiros sinais do fim da era clássica dourada são as fracas receitas de bilheteira do dispendioso épico Cleopatra e a compra dos estúdios por companhias multinacionais que levou ao início do novo cinema moderno e independente. Muitos consideram The Misfits, com duas grandes estrelas da era clássica (Marilyn Monroe e Clark Gable no que foi curiosamente o último filme de ambos em vida) como o filme de transição de uma idade em crepúsculo para uma nova era florescente a anunciar os novos rumos da sétima arte.

Mas há muito a dizer sobre a influência dos britânicos na produção cinematográfica da década de 60. Se por um lado, providenciaram um contributo decisivo na preservação dos valores clássicos em filmes históricos como Lawrence of Arabia, Dr. Zhivago, A Man For All Seasons, The Lion of Winter, por outro, deram origem a novos dramas de angry men que se procuravam libertar das expectativas da sociedade, com realizadores a descreverem as suas vidas de uma forma honesta e crua nunca antes vista.

E é nesse contexto que se insere Peeping Tom. O seu conteúdo afasta-se da visão puritana herdada do cinema clássico, e aproxima-se do britânico Kitchen Sink Drama que iria destruir as aparências e abrir todas as cortinas de realidade, quebrando os mitos tão esforçadamente criados pelos grandes estúdios de cinema.

Se Peeping Tom teve uma recepção exacerbadamente negativa à altura é porque o seu realizador, Michael Powell, era um dos cineastas britânicos mais consagrados e cada novo filme seu produzia elevadas expectativas por parte de um público e crítica que exigiam mais do mesmo material.

Mas Peeping Tom é matéria da mais negra. Mark Lewis (o alemão Karl Böhm), fotógrafo de profissão, leva uma vida normal e discreta, encerrado num sótão do seu próprio casarão. Nas sombras cerradas do seu quarto esconde um terrível segredo. Observa filmes por ele criados dos últimos momentos de vida de mulheres que matou. Observa, fascinado e obcecado pelos rostos de medo que ele próprio induz.

O que eleva Mark Lewis para além da figura redutora de um psicopata é a justificação psicológica para as suas acções. Um homem torturado na sua infância pelas experiências científicas do seu pai, nunca tendo conhecido um momento de privacidade, foi sempre constantemente perseguido pelas câmaras do seu pai, e foi de tal modo absorvido por esse pesadelo orwelliano que cresce para se tornar num assassino voyeur que se deleita com o terror estampado nos rostos das suas vítimas.

Longe de ser retratado como um monstro de enorme crueldade e um pervertido sexual, Mark revela, apesar de tudo, uma enorme vulnerabilidade e em vez de o público fugir do horror dos seus actos, não pode deixar de sentir pena e até simpatia para com o diabo. O seu lado mais sensível é revelado através da sua inquilina, Helen, a quem ele gradualmente revela a negritude da sua infância.

O filme caminha para o seu fim inevitável trágico. Mark pergunta a Helen Do you know what the most frightening thing in the world is…? Para induzir o terror nas suas vítimas, Mark força-as a assistir aos seus próprios rostos distorcidos por medo, retirando daí satisfação dos seus desejos mais negros. A presença omnipotente da câmara no filme, o objecto fetiche de Mark, força-nos a associar os homens por detrás da câmara a voyeurs, intrusos na privacidade, vítimas de desejos inconfessados.

Moira Shearer, a estrela de The Red Shoes, tem um pequeno papel como uma das vítimas de Mark, enterrando ainda mais Michael Powell no desagrado da crítica, incapaz de o perdoar por sujeitar uma das mais estrelas adoradas do cinema e ballet à temática perturbante de Peeping Tom.

Mas é a figura do pai a mais perturbadora, revelada através de filmes antigos. Ele é o principal vilão, responsável pela tragédia do seu filho, e ao colocar-se a si próprio na pele da figura do pai, Michael Powell é condenado, incompreendido, para sempre marginalizado pela crítica. O seu primeiro compromisso era para com as histórias que queria contar, as visões que queria denunciar, indiferente aos gostos e expectativas do público. O realizador nunca mais voltou a fazer filmes à altura das suas glórias passadas (realizou apenas mais três filmes até à sua morte) e foi preciso outra década e realizadores em ascendência como Martin Scorsese e Francis Ford Coppola para reabilitar a imagem de Michael Powell e redefinir a sua obra cinematográfica, incluíndo Peeping Tom, como uma das mais influentes e precursoras do século XX.
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Curiosidades
- As primeiras escolhas para o papel de Mark incluíram Dirk Bogarde e Laurence Harvey.
- A revista Première elegeu o filme como um dos 25 mais assustadores de todos os tempos.

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Peeping.Tom.(1960).CRiTERiON.DVDRip.AC3.XviD-C00LdUdE.avi

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