Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, 1001 filmes para ver antes de morrer inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos. Mais de 50 críticos consagrados selecionaram 1001 filmes imperdíveis e os reuniram neste guia de referência para todos os apaixonados pela sétima arte.

Ilustrado com centenas de cartazes, cenas de filmes e retratos de atores, o livro traz lado a lado as obras mais significativas de todos os gêneros - de ação a vanguarda, passando por animação, comédia, aventura, documentário, musical, romance, drama, suspense, terror, curta-metragem ficção científica. Organizado por ordem cronológica, este livro pode ser usado para aprofundar seus conhecimentos sobre um filme específico ou apenas para escolher o que ver hoje à noite. Traduzido para 25 línguas e com mais de um milhão de exemplares vendidos, "1001 filmes para ver antes de morrer" inclui obras de mais de 30 países e revela o que há de melhor no cinema de todos os tempos.
É claro que eu, amante das duas coisas Sétima Arte e Listas , não podia deixar passar a oportunidade de trazer para vocês a lista dos filmes e os respectivos links na nossa querida mulinha que vai trabalhar sem parar por um bom tempo...rsrsrs
Lembrem-se que as datas e traduçoes dos títulos dos filmes segue a lista do livro e não do IMDb.
Sempre que necessitarem de fontes na mula é só solicitar. Abraços a todos.

NOSSOS DIRETORES

domingo, 31 de janeiro de 2010

300. O MENSAGEIRO DO DIABO (1955)

Image Hosted by ImageShack.us

IMDb Image Hosted by ImageShack.us

O reverendo Harry Powell não é bem o que aparenta ser: utilizando-se de palavras da Bíblia e belas canções religiosas, e com a ajuda de seu carisma que consegue conquistar rapidamente as pessoas, ele é na verdade um golpista que se aproveita da situação de recém-viúvas para tirar dinheiro delas. Sua nova vítima é Willa Harper (Shelley Winters), que perdeu seu marido, enforcado por assassinato. Mas esta é uma situação especial para Harry Powell: ele acaba descobrindo de Ben, o marido enforcado, enquanto estava preso na penitenciária por furto de carro, que há na cidadezinha onde morava uma fortuna de 10 mil dólares escondida em algum lugar (para a época do filme era uma fortuna, pelo menos). Assim que sai da prisão, Powell investe sua melhor lábia para conquistar a família de Ben e tentar descobrir onde o dinheiro está. A família conta com duas crianças, John e Pearl, que sabem a localização do que Powell mais deseja, mas elas não estão dispostas a dividirem o segredo com ninguém.

Crítica
O Mensageiro do Diabo é um filme que traz à tona diversos dos medos que muitos de nós tínhamos quanto éramos crianças. Medo de perder a família, medo de pessoas desconhecidas, de ter que se virar sozinho no mundo. O filme dirigido por Charles Laughton, alguém totalmente inexperiente na direção, mas que fez trabalhos importantes como ator entre os anos 30 e 60, como Spartacus e O Corcunda de Notre Dame, cria um clima assustador não só para crianças, mas para muitos adultos também. Com a ajuda da maravilhosa fotografia em preto-e-branco, e com um dos personagens "demoníacos" mais interessantes do cinema, este é outro clássico inesquecível que deve ser conferido por todos os cinéfilos.
(Alexandre Koball)

Screens


Link ed2K
The.Night.of.the.Hunter.(1955).DVDRip.DivX5.avi

Legenda
The.Night.of.the.Hunter.(1955).DVDRip.DivX5.srt
ou
Link Direto

299. NOITE E NEBLINA (1955)

Image Hosted by ImageShack.us

Image Hosted by ImageShack.us

IMDb Image Hosted by ImageShack.us

Um dos mais importantes documentários da história do cinema mundial. Realizado em 1955, a partir de um convite feito ao cineasta Alain Resnais, pelo Comitê da História da Segunda Guerra Mundial, o filme tinha como objetivo comemorar o segundo aniversário da libertação dos campos de concentração.
Mas o impacto das imagens de Noite e Neblina, que ainda hoje assombram a humanidade, e do texto do escritor Jean Cayrol, um ex-prisioneiro do campo de Orianemburgo, suplantaram a sua intenção de memorial dos desaparecidos e transformaram-se num "dispositivo de alerta" contra o nazismo e todas as formas de extermínio.
Mesclando imagens coloridas dos campos abandonados e filmes de arquivos, Alain Resnais nos dá, segundo François Truffaut, "uma lição de história, inegavelmente cruel, mas merecida".

Crítica
Embora tenha impressionados cinéfilos do mundo inteiro na época do lançamento original e depois, ao longo dos anos, se transformado em paradigma indiscutível do gênero documentário, o filme francês "Noite e Neblina" (Nuit et Brouillard, França, 1955) nunca se tornou muito popular. É fácil entender as razões: 1) é um curta-metragem e, como tal, dificilmente passa nos cinemas; 2) documentários em geral não costumam atrair público; 3) o tema, árido, é o Holocausto, e há boa quantidade de imagens aterrorizantes dos campos de concentração nazistas, material que costuma afastar os espectadores.
Um filme assim parece ter sido talhado para o formato DVD. E "Noite e Neblina" é incontornável. Precisa ser visto, e não apenas pelos cinéfilos. O curta-metragem de 31 minutos é simples e direto, mas funciona ao mesmo tempo como uma homenagem aos nove milhões de vítimas da crueldade nazista e como alerta para aqueles que vêem o regime de Hitler como um momento que pertence ao passado da humanidade. A abordagem de Resnais é espartana, mas transita sem pausas entre o delicado e o brutal, soando como um grito lancinante contra todo e qualquer tipo de intolerância.
A produção de "Noite e Neblina" foi difícil. Resnais hesitou em dirigir a obra, pois temia ficar marcado como diretor de documentários, quando desejava filmar ficção. Ao ser apresentado ao poeta Jean Cayrol, um sobrevivente de campo de concentração, acabou convencido a embarcar na empreitada. Chamou então o músico Hanns Eisler para compor a banda sonora e passou a coletar imagens de cinejornais, fotografias e todo tipo de documento que mostrasse os campos de concentração.
O filme foi feito para comemorar o aniversário de 10 anos da liberação desses campos, em 1945, ao final da Grande Guerra. Resnais teve a idéia de viajar para os locais onde funcionaram os principais, como Auschwitz e Sachsenhausen, e filmá-los em película colorida. O choque das imagens bucólicas – amplos gramados verdes sob céu azul – com o horror dos cadáveres que repousavam nos mesmos lugares, cinzentos e sem vida, apenas alguns anos antes, cria a idéia que percorre todo o filme: o mal está à espreita, em qualquer lugar, a qualquer tempo. É preciso estar sempre atento para que ele não engolfe as cores do mundo.
Em entrevistas posteriores, Resnais confessou que sempre pensou em "Noite e Neblina" como uma sutil condenação à decisão francesa de invadir a Argélia, fato ocorrido na época do lançamento do filme. Embora não haja qualquer menção a isso durante a película, a idéia encaixa perfeitamente no texto delicado, mas firme e cortante de Cayrol. Sim, é um filme sobre o Holocausto, e está repleto imagens da brutalidade inimaginável dos campos de concentração (pilhas de cadáveres mutilados, paredes de câmaras de gás arranhadas pelas unhas dos prisioneiros à beira da morte), mas o filme não deseja simplesmente impressionar através da violência. Ele está além do Holocausto.
É na combinação de três fatores que resulta a beleza de "Noite e Neblina": o contraste entre imagens da guerra e do pós-guerra, a doçura cortante do poema de Jean Cayrol e a delicadeza da música melancólica de Hanns Eilser. Ou seja, este não é um documentário jornalístico, frio e objetivo. Pelo contrário. Imagem, som e texto compõem uma espécie de sinfonia audiovisual que, nas palavras de François Truffaut, é uma "aula de história cruel mas merecida". É isso.
Rodrigo Carreiro

Premiações

Indicado ao BAFTA em 1961 e ganhou o Premio Jean Vigo para curta metragem em 1956.

Screens


Link ed2K
Nuit.Et.Brouillard.(1955).DVDRip.DivX5.avi

Legenda
Nuit.Et.Brouillard.(1955).DVDRip.DivX5.srt
ou
Link Direto

298. SORRISOS DE UMA NOITE DE AMOR (1955)

Image Hosted by ImageShack.us

IMDb

No final do século XIX, uma atriz é a anfitriã na casa de campo de sua mãe quando um grupo de pessoas a visita. Entre eles está um advogado que já foi seu amante e ela pensa em reconquistar, mas ele está acompanhado de sua mulher. Seu atual amante também está com sua mulher, mas todos acabam envolvidos em situações amorosas, inclusive a empregada.

Premiações
-Festival de Cannes (1956)
* Recebeu o prêmio de melhor humor poético
* Indicado à Palma de Ouro
-BAFTA (1957)
* Indicado nas categorias de melhor filme, melhor actor estrangeiro (Gunnar Björnstrand) e melhor actriz estrangeira (Eva Dahlbeck)
-Prêmio Bodil (1957)
* Venceu na categoria de melhor filme europeu

Curiosidade
Este é o 1º de 13 filmes em que o diretor Ingmar Bergman e a atriz Bibi Andersson trabalharam juntos. Os demais foram O Sétimo Selo (1956),Morangos Silvestres(1957),Bakomfilm Smultronstället(1957),No Limiar da Vida(1958),O Rosto(1958), Rabies(1958),O Olho do Diabo(1960),Para Não Falar de Todas Essas Mulheres(1964), Quando Duas Mulheres Pecam (1966),A Paixão de Ana(1969),A Hora do Amor(1971) e Cenas de um Casamento (1973).

Screens


Link ed2K
Sommarnattens.Leende.(1955).DVDRip.DivX3.avi

Legenda
Sommarnattens.Leende.(1955).DVDRip.DivX3.srt
ou
Link Direto

sábado, 30 de janeiro de 2010

296. JUVENTUDE TRANSVIADA (1955)

Image Hosted by ImageShack.us


IMDb
Image Hosted by ImageShack.us

Como seu filho Jimmy acaba arranjando confusão em todos os colégios em que é matriculado, os Stark vivem mudando de cidade em cidade para livrar o filho das más influências. Mas, recém-chegado à Los Angeles, ele é preso por embriaguez e desordem e, no distrito policial, conhece Judy, uma jovem revoltada com o pai, e John Crawford, também conhecido como Plato, um rapaz que atirou em alguns cães. Após ser libertado, tenta se aproximar de Judy, mas cria um desentendimento com o namorado de Judy, que é o líder de uma gangue do colégio. Esta rivalidade vai gerar algumas situações com trágicas conseqüências.

Premiações
Indicado ao OSCAR em 1956 por melhor Roteiro (Nicholas Ray), Atriz (Natalie Wood) e Ator Coadjuvante (Sal Mineo).
Indicado ao BAFTA como melhor Filme e Ator (James Dean).

Crítica
"Juventude Transviada" é mais um clássico do cinema americano dos anos 50. Realizado pelo cineasta Nicholas Ray, sua trama gira em torno da delinqüência juvenil, muitas vezes decorrente de conflitos entre pai e filho, entre pai e mãe, entre jovens e adultos. Se analisarmos o comportamento dos três principais adolescentes, vamos encontrar Jim Stark sofrendo com uma mãe dominadora e um pai totalmente por ela anulado, a jovem Judy revoltada por se sentir completamente rejeitada pelo pai, e o jovem Platão abandonado por ambos os pais.
Nicholas Ray nos apresenta um excelente trabalho na direção, enfatizando os aspectos sociológicos da história. Outros cineastas já haviam abordado o problema da delinqüência juvenil, como foi o caso de László Benedek em "O Selvagem", com Marlon Brando, mas nenhum deles, embora ótimos filmes, alcança o nível de "Juventude Transviada".

Um outro ponto alto desta produção diz respeito ao quesito interpretação: Sal Mineo, Natalie Wood e James Dean estão magníficos em seus respectivos papéis.
(70 Anos de Cinema)

Curiosidades
- Inicialmente Juventude Transviada seria em preto e branco, sendo que inclusive algumas cenas do filme chegaram a ser rodadas desta forma. A mudança para colorido ocorreu devido a uma decisão interna da Warner Bros., que, por razões de prestígio, decidiu que todos os filmes feitos em CinemaScope deveriam ser a cores.
- Nas cenas rodadas em preto e branco o personagem Jim Stark tinha uma concepção diferente, usando uma jaqueta marrom e óculos. Após a Warner ordenar a refilmagem a cores o diretor Nicholas Ray, com o consentimento do figurinista Moss Mabry,
retirou os óculos do personagem e fez com que ele usasse uma jaqueta vermelha.
- O roteiro de Juventude Transviada foi criado se baseando em uma pequena história sobre disputa de gangues de jovens, tendo apenas a sequência do duelo de carros. A Warner comprou esta idéia e, apenas depois, se desenvolveu uma história em torno dela.
- O diretor Nicholas Ray pesquisou o cotidiano das gangues, acompanhando algumas em Los Angeles por várias noites.
- A atriz Jayne Mansfield esteve cotada para interpretar a personagem Judy.
- James Dean teve malária durante as filmagens.
- O ator Frank Mazzola fez parte de uma gangue de rua de Hollywood e ensinou James Dean sobre como lutar de forma realista com uma faca.
- A luta entre os personagens de James Dean e Corey Allen usou facas verdadeiras. Para rodar a cena os atores usaram proteção por baixo de suas roupas.
- A piscina vazia em que os personagens sentam e conversam sobre suas vidas foi especialmente construída para os sets de filmagens de Crepúsculo dos Deuses (1950).
- O orçamento de Juventude Transviada foi de US$ 1,5 milhão.

Screens


Link ed2K
Rebel.Without.A.Cause.(1955).(Dual.ENG.PTBR).DVDRip.AC3.XviD.cd1-by.Haas.UnitedShare.avi
Rebel.Without.A.Cause.(1955).(Dual.ENG.PTBR).DVDRip.AC3.XviD.cd2-by.Haas.UnitedShare.avi

Legenda (Pt-Br.En.Sp.Ch.Ko.In)
Rebel.Without.A.Cause.(1955).(Dual.ENG.PTBR).DVDRip.AC3.XviD.cd2-by.Haas.UnitedShare.sub
ou
Link Direto (ptbr.srt)

295. UM CERTO CAPITÃO LOCKHART (1955)

Image Hosted by ImageShack.us

IMDb Image Hosted by ImageShack.us

Um intenso drama sobre justiça com as próprias mãos, Um Certo Capitão Lockhart marcou a última e maravilhosa colaboração de um dos mais importantes times dos filmes sobre o Velho Oeste: o diretor Anthony Mann e o astro Jimmy Stewart. Juntos eles deram ao público oito clássicos do cinema, incluindo Winchester 73 e Comandos do Ar.
Sob a soberba direção de Mann, Stewart parte de seus papéis do bem-amado "herói comum" e apresenta sensacionais interpretações como o implacável perseguidor do homem responsável pela morte de seu irmão. Entre os suspeitos estão um arrogante barão do gado (Donald Krispy), seu filho sádico (Alex Nicol) e o capataz de seu rancho (Arthur Kennedy na melhor atuação de sua carreira). Um explosivo confronto, no qual Stewart é arrastado por um cavalo selvagem e atingido na mão à sangue frio, é uma das sequências mais inesquecíveis da história do cinema. Entre os Western filmados em CinemaScope, Um Certo Capitão Lockhart usa a tencologia do widescreen para enfatizar a paisagem e o poder deste emocionante drama de ação, tornando-o um perfeito exemplo do Western como forma de arte norte-americana.

Screens


Link ed2K
The.Man.From.Laramie.(1955).DVDRip.XviD-by.Maceio.avi

Legenda
The.Man.From.Laramie.(1955).DVDRip.XviD-by.Maceio.srt

(Poastado por Maceió no CSTBR.ORG)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

294. A MORTE NUM BEIJO (1955)

Image Hosted by ImageShack.us

IMDb Image Hosted by ImageShack.us

Filme noir clássico, baseado no best-seller de Mickey Spillane Kiss me Deadly e magistralmente dirigido por Robert Aldrich. Mike Hammer, é um investigador particular que tenta desvendar o mistério de estranho assinato de uma bela loira a quem dera carona. Apenas no final do filme, Hammer descobre uma misteriosa caixa preta que contém a solução do assassinato. A trama policial noir expõe elementos da modernidade burguesa em crise, com sua sociabilidade fetichizada. O clima de estranhamento percorre toda a trama de Kiss Me Deadly, auxiliado pelo jogo de luz e sombras, influência do expressionismo alemão, que acaba deixando o filme com uma aparência de pesadelo. O próprio detetive não sabe exatamente o que está procurando em suas investigações. A atmosfera de angústia supõe um universo fechado à la Franz Kafka; uma modernidade fetichizada in extremis, onde o sujeito resiste à sua negação pelas coisas. O final apocalíptico vincula a narrativa de Kiss Me Deadly ao tema do cataclismo nuclear, espectro irremediável da autodestruição humana.

Screens



Link ed2K

Kiss.Me.Deadly.(1955).(Dual.Spa.ENG).DVDRip.DivX5

Legenda (by.Palanca CSTBR.ORG)
Kiss.Me.Deadly.(1955).(Dual.Spa.ENG).DVDRip.DivX5
ou
Link Direto

293. BOB, O JOGADOR (1955)

Image Hosted by ImageShack.us

IMDb Image Hosted by ImageShack.us

Bob, Le Flambeur, (literalmente: “Bob, o estroina”) conta-nos a história de um antigo bandido que organiza um assalto ao casino de Deauville, cujo principal percalço será a sua própria paixão pelo jogo. Um filme noturno, sincero, dramático, que também é um magnífico retrato de Paris e um dos grandes momentos da obra de Melville, diretor imensamente admirado pelos maiores nomes da Nouvelle Vague

Curiosidade
Segundo a lenda, quando François Truffaut assistiu a Bob Le Flambeur gritou: "É isso que nós queremos fazer"! E assim nasceu a Nouvelle Vague.

Crítica
Se é certo que Godard apelidou Jacques Becker de frére Jacques, não é menos certo que o verdadeiro pai do movimento, aquele que inspirou e incentivou Godard, Truffaut, Rohmer, Rivette e Chabrol a filmar foi Jean-Pierre Melville.
Acaso restassem dúvidas, bastaria um visionamento de Bob le flambeur para confirmar o que acabou de ser dito. Melville tem todos os traços que nos habituaremos a reconhecer em obras seminais como À bout de souffle ou Les quatre cents coups. Melville, cultor de um genero dito menor, o noir, acabou por desconstruí-lo, sublimando-o e elevando-o a patamares de excelência dificilmente alcançáveis, à imagem do que Sergio Leone veio a fazer com o western. Voltando a Bob le flambeur, teremos o prazer de ver o tratamento de histórias simples, banais e, simultaneamente, teremos a oportunidade de ver a Paris nunca vista. A Paris do milieu, dos pequenos marginais, dos reis de bairro, povoada por figuras curiosas, castiças, irónicas. Enfim, por pessoas que todos nós somos capazes de identificar com facilidade na rua. A isto acresce o privilegiamento - óbvio - da luz natural e do som captado ao vivo, bem como um estilo marcado não para hipnotizar o espectador, mas sim, pelo contrário, para lhe apresentar a realidade à imagem de uma qualquer reportagem.
Melville funciona, pois, como pioneiro e, mais importante, é outro dos belos exemplos que comprovam que o Grande Cinema nasce da escassez de meios. Basta lembrar que Bob le flambeur - filme que poderia ser designado, embora de forma altamente redutora, como o filme da noite e das mesas de jogo - apenas privilegiou os espaços públicos em virtude de Melville não dispor dos meios suficientes para construir cenários. E em boa hora que tal aconteceu. Só assim pode ver a luz do dia uma das obras mais singulares e marcantes do Cinema. Em qualquer caso, essa escassez de meios foi compensada pelos inúmeros movimentos de câmara que, o mais das vezes, fazem com que tudo pareça deslizar diante dos nosssos olhos. Exemplos manifestos de virtuosismo e de talento. Para fazer Cinema é quanto basta.
E assim tivemos a oportunidade de ver, antes do tempo, ambientes em tudo semelhantes aos de obras posteriores como À bout de souffle de Godard ou de Tirez sur le pianiste de Truffaut, obras maiores da Sétima Arte. Porque todos têm gurus e mentores, nunca será demais lembrar e conhecer Melville. Porque é Cinema. Porque é Vida.

Screens


Link ed2K
Bob.Le.Flambeur.(1955).DVDRip.DivX5.avi

Legenda (PTBR.SPA.ENG)(exclusiva by. Shenmue_GdA para o MKO)
Bob.Le.Flambeur.(1955).DVDRip.DivX5.srt
ou
Link Direto

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

292. A PALAVRA (1955)

Image Hosted by ImageShack.us

IMDb Image Hosted by ImageShack.us

Uma família de fazendeiros, unida por fortes laços emocionais, passa por momentos de tensões provocados por pequenas desavenças. Sua rotina, após retorno de um dos filhos do patriarca, é modificada pela sua aparente loucura, que tudo indica, deriva de um estudo radical teosófico, que o fez acreditar ser Jesus Cristo. Nem todos aceitam que Johannes Borgen seja demente e fanático. E essa situação estará à prova, depois que um ente querido fica doente. Adaptação da peça teatral de Kaj Munk, pastor e dramaturgo, muito conhecido nos países escandinavos, que foi assassinado pelos nazistas. A Palavra é considerado uma obra-prima dentre os filmes que exploram o poder da fé, do amor e do sobrenatural. Isso se deve a maneira "realista" e "naturalista" que enfoca o tema. Ovacionado no Festival de Veneza, com o Leão de Ouro em 1955, é considerado um dos mais belos filmes em preto-e-branco já produzidos. É possível que este filme não influencie a nossa crença religiosa, mas, por meio dele, presenciemos um dos momentos mais marcantes da história da sétima arte.

Premiações
Leão de Ouro em Veneza - 1955
Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro - 1955

Curiosidades
Obra-prima falada do genial Carl Theodor Dreyer. Um dos raros diretores da história da sétima arte que conseguiram fazer obras primas tanto no cinema mudo como no cinema falado. Fundamental diretor da primeira fase do cinema.

Crítica
Há toda uma mítica em torno do cineasta dinamarquês Carl Theodor Dreyer. Muitos consideram seu cinema, de longos e lentos planos-seqüência, insuportável, difícil a beira do irracional, acusando-o por seu rigor excessivo e perfeccionismo. Já uma grande leva de críticos endeusam o diretor a ponto de compará-lo aos grandes mestres do cinema da primeira fase, aqueles que passaram do mudo para o falado, como David W. Griffith e Sergei Eisenstein. Contribui para a aura o fato de sua carreira ter sido um fiasco e de uma de suas atrizes, Maria Falconetti, ter ficado louca depois de ter filmado sua obra mais conhecida, O Martírio de Joana D’Arc (para conseguir o olhar desesperado da personagem, o diretor a trancafiou numa cela por uma semana).

Praticamente desconhecido no Brasil, Carl Dreyer teve seis de seus 14 longa-metragens lançados recentemente pelo selo Magnus Opus. Traz três de seus filmes mudos (A Quarta Aliança da Sra. Margarida, O Martírio de Joana d'Arc e Mikael), os maiores fracassos (O Vampiro e Dias de Ira), além de obras-referência para outros grandes cineastas: A Palavra e Gertrud.

Os elogios, quando existem, são extremos. André Bazin, diretor da Cahiers du Cinéma, disse que, depois de A Palavra, o cinema poderia se render a cor, pois o que era para ser feito em preto-e-branco Dreyer o fez nesse filme. Idem para François Truffaut, ainda crítico na mesma revista, antes de ser tornar cineasta, que tentou entender como o diretor conseguiu o tom leitoso de branco em A Palavra e sua beleza fantasmagórica, que casava com perfeição com a história do filme, praticamente um ensaio metafísico sobre religião, crença, estar no mundo e aceitação da natureza humana.

A história é simples. Um fazendeiro viúvo, ferrenhamente religioso, tem três filhos. O mais velho é ateu. O mais novo quer se casar com a filha do alfaiate, mas ela é de outra religião e o pai não permite. O do meio, para não fugir da sina de rebelde, foi estudar para ser padre, mas, remoído de dúvidas, é acometido de um transe teosófico e pensa que é Jesus Cristo. A aparente loucura do filho é motivo de incômodo para toda a família, que se desmorona quando a mulher do filho mais velho, Ingrid, morre ao tentar dar a luz ao filho. É quando o louco, pensando ter os poderes de Cristo, tenta ressuscitá-la.

Dreyer era religioso fervoroso e adaptou uma peça do padre Kaj Munk, assassinado pelos nazistas - a crítica mais conservadora impôs a Dreyer o estigma de cineasta a serviço do protestantismo. Obcecado com detalhes, foi à loja de roupas com a atriz Birgitte Federspiel para comprar as meias que ela usaria em cena. Não permitia que seus atores se movimentassem em cena nunca mais do essencialmente necessário – e isso poderia significar apenas uma leve inclinação na cabeça durante vários minutos. Esse zelo irascível é considerado o maior responsável por seu fracasso no cinema (vivia das rendas de um teatro público que dirigia) e, claro, sua marca indelével como diretor.

A Palavra é uma epifania e, para quem conseguir entrar no ritmo do cineasta, um dos grandes filmes do cinema. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1955, foi considerado, à época, ultrapassado, pois segundo os jornalistas que cobriram o evento ele tinha uma estética que remetia ao cinema mudo. Sem dúvida, Dreyer com seus planos miraculosos, lembra os quadros maneiristas e o jogo de sombra e luz de Rembrandt e Velásquez em sua composição, de perfeição formal fora do comum, dos melhores diretores da fase áurea da década de 20, como Murnau e Fritz Lang. Portanto, é melhor entender a crítica aqui como um elogio, não o apontamento de um defeito.

Não há motivo para se ter medo de Carl Dreyer. Seu cinema não é tão terrível assim. Apesar de lento, tem senso agudo de narrativa (mas o diretor jamais cedeu a nenhum apelo dramático e nunca acelera a trama, nem nos momentos mais angustiantes). Os diálogos, tensos e densos, são bonitos e sensíveis. Seus atores declamam o texto impassíveis, o que causa distanciamento com o público, é verdade, mas também permite uma profunda identificação com os temas propostos sem tomar para si nenhum ponto de vista.

De qualquer forma, ver A Palavra tem pelo menos um grande motivo: tem uma das mais belas fotografias da história do cinema, quiçá a mais bela de todas. Há também a cena do pai procurando o filho louco pelas belas planícies dinamarquesas. Ou a cena do alfaiate chegando com a filha ao funeral. Todas de uma beleza, não só plástica, mas também sensorial, que faz de A Palavra um momento único e inesquecível.

Por Demetrius Caesar
13/09/2006

Screens


Link ed2K
Ordet.(1955).CRiTERiON.B&W.FS.DVDRip.XviD.cd1-SChiZO.avi
Ordet.(1955).CRiTERiON.B&W.FS.DVDRip.XviD.cd2-SChiZO.avi

Legenda (Info. e Leg. by. Shenmue_GdA do MKO)
Ordet.(1955).CRiTERiON.B&W.FS.DVDRip.XviD-SChiZO.srt
ou
Link Direto

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

291. MARTY (1955)



IMDb Image Hosted by ImageShack.us

No Bronx vive Marty Piletti (Ernest Borgnine), um açougueiro italiano solitário com 34 anos que acha que nenhuma mulher vai se interessar por ele, apesar de sua mãe insistir que ele deve encontrar uma jovem para se casar. Numa noite dele sábado, por insistência da mãe, ele vai dançar e conhece uma professora (Betsy Blair), que sente-se rejeitada como ele. Entre os dois surge algo que esperavam há muito tempo, mas ambos também são dominados por uma forte dose de insegurança, que pode prejudicar a relação.

Premiações
- Ganhou 4 Oscars, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Ernest Borgnine) e Melhor Roteiro. Foi ainda indicado em outras 4 categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Joe Mantell), Melhor Atriz Coadjuvante (Betsy Blair), Melhor Direção de Arte - Preto e Branco e Melhor Fotografia - Preto e Branco.
- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator - Drama (Ernest Borgnine).
- Ganhou 2 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Ator Estrangeiro (Ernest Borgnine) e Melhor Atriz Estrangeira (Betsy Blair). Foi ainda indicado na categoria de Melhor Filme.
- Ganhou a Palma de Ouro e o Prêmio OCIC, no Festival de Cannes.
- Ganhou o Prêmio Bodil de Melhor Filme Americano.

Curiosidades
- Foi exibido em Moscou em 1959, como parte de um programa cultural de trocas feito na época entre os Estados Unidos e a União Soviética. Com isso tornou-se o primeiro filme americano a ser exibido na cidade desde o término da 2ª Guerra Mundial.
- É o filme de menor duração na história a ter ganho o Oscar de melhor filme.
- O orçamento de Marty foi de US$ 350 mil.

Screens


Link ed2K
Marty.(1955).FS.DVDRip.DivX5.avi

Legenda
Marty.(1955).FS.DVDRip.DivX5.srt
ou
Link Direto